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Por que Abel e Róger Guedes são muito mais notícia que Wild e Douglas Costa
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Abel Ferreira perdendo a cabeça é notícia. Ele não vai aprender?
Róger Guedes renascendo é notícia. Deve ir para a Seleção?
A interferência chata do VAR é notícia. O que a CBF vai fazer a respeito?
O PSG e o futebol saudita são notícia. Tudo tem um preço?
Ancelotti e a novela da Seleção são notícia. Até 2024, é isso mesmo?
O racismo começa a ser notícia mais frequente. Vini Jr. foi muito notícia e o mérito não é nosso, mas dele. Que aguentou até a décima denúncia para que o mundo realmente prestasse atenção e se movesse um pouquinho.
Sabe o que é pouquinha notícia? Caso de jogador que comete violência contra a mulher. Não importa o tipo de violência. Vira tudo nota de rodapé.
Nos últimos dias, o UOL Esporte trouxe duas dessas histórias à tona.
Thiago Wild, o tenista brasileiro do momento, é procurado pela Justiça há um ano. Ô, Justiça: o homem está em Paris, só ligar a TV para ver. Como a colega Beatriz Cesarini vem reportando bravamente, o atleta é acusado pela ex-mulher de violência física e psicológica, com provas suficientes para gerar uma denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro. O caso está parado desde abril de 2022 porque ele não foi encontrado nas três vezes em que a polícia o procurou em seus endereços. O jornalista alemão que lhe perguntou sobre o assunto, na coletiva após a histórica vitória sobre Daniil Medvedev, foi subsequentemente ameaçado.
Nota de rodapé na surpreendente campanha de Wild em Roland Garros.
Douglas Costa, atualmente no LA Galaxy, teve sua prisão decretada pelo não pagamento de pensão alimentícia. Atualmente, ele recebe um salário anual de R$ 30 milhões. Roda o mundo com a atual esposa, ostenta uma coleção de carros de luxo, mora em uma mansão em Los Angeles e colocou outra à venda, em Porto Alegre, por R$ 22 milhões. Fora uma cobertura no Rio de Janeiro.
Nota de rodapé na bem-sucedida carreira do atacante.
Que vai recorrer do caso, claro.
E a imprensa vai esquecer. E a torcida não vai nem registrar. E todo mundo vai deixar pra lá.
A violência patrimonial é relativizada. A violência psicológica é relativizada. Até a física. Diabos, até o estupro é relativizado. Por que seria diferente em uma seara onde os homens ganham zilhões e comandam a mídia?
Zero surpresa. Toda a indignação.
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