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VAR, gramado e violência: volta da data Fifa ressalta atraso brasileiro
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De nada adiantou o Brasileirão parar por 10 dias. Descanso e tempo de treinamento de nada adiantaram para oferecer um melhor espetáculo aos torcedores, na abertura da 11ª rodada.
Ao contrário.
O último invicto do campeonato caiu jogando mal e desfalcado de quatro estrelas (por causa da data Fifa). O Bahia, também com desfalques, conseguiu um feito cada vez mais raro no futebol: vencer o Palmeiras. Não bastassem os inúmeros erros de finalização e o gramado horroroso, fomos brindados ainda com imagens do VAR diretamente do túnel do tempo. Com ângulos e resolução péssimos, não conseguimos saber algo tão básico quanto se a bola cruzou a linha, no que teria sido 1 a 0 para o Alviverde.
No clássico Fluminense e Galo, disputado na grande arena de Volta Redonda, Fernando Diniz explodiu à beira do gramado e acabou expulso. A nota não é para o cartão vermelho, cada vez mais comum entre treinadores, mas para a virulência descontrolada despejada sobre o bandeira.
O pior momento da noite, claro, ficou por conta de parte da torcida santista. Diante da anunciada derrota por 2 a 0 para o Corinthians (que, na véspera, não pudera descer do ônibus em Santos por ameaças de seus próprios torcedores), vândalos atiraram rojões e sinalizadores em direção ao gol de Cássio, paralisando a partida aos 41 minutos do segundo tempo. Em casa, jogadores do Peixe precisaram sair de campo escoltados pela polícia, correndo em direção ao túnel. A selvageria continuou do lado de fora da Vila Belmiro, com quebra-quebra e gritos de "agora é guerra".
Depois de ter seu número de telefone vazado e receber ameaças na madrugada, Odair Hellmann foi demitido do comando do clube. A má notícia é que o presidente Rueda continua por lá.
A frustração (compreensível) da torcida do Santos vem se acumulando há anos. Agora achar que isso justifica atos de violência é mais uma demonstração do quanto os habitantes do mundo futebol se enxergam em uma realidade sem leis.
No fim das contas, o nível do amadorismo e do atraso só varia em escala. Câmeras do VAR, gramado, gritaria, intimidação e ataques.
Como seria bom cornetar só esquemas táticos, defesas, ataques, craques e bagres. Mas o Brasil — e o Brasileirão — não me deixam.
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