Palmeiras: cobertor encolhe e prova que exceção repetida não vira regra
Passei o dia ontem acompanhando a repercussão da eliminação do Palmeiras entre torcedores e imprensa.
O terrível mês de julho parece muito pior na porcosfera do que na mídia.
É claro que a fase é horrorosa: dos últimos 7 jogos, o Palmeiras perdeu 4, empatou 2 e venceu apenas 1.
Parte da torcida, porém, parecia esperar o momento certo para dizer: tá vendo, eu avisei que estava tudo errado desde o início do ano. Uma espécie de profetas pessimistas do passado.
Classificação e jogos
Minha visão: o cobertor curto do Palmeiras encolheu na secadora.
Mesmo com a saída de Scarpa e a não reposição de Danilo, o time começou o ano à altura da Era Abel: ganhou do Flamengo na Supercopa, foi campeão paulista e terminou a fase de grupos da Libertadores na primeira colocação geral pela quinta vez em 6 anos.
Não havia gordura para queimar, peça para trocar. Então, Veiga começou a jogar mal, lesionaram Zé Rafael e Dudu passou a oscilar. O frio aumentou e o cobertor não deu conta dele.
Nesse momento, o Palmeiras vive uma combinação de má fase, perda de concentração e falta de banco. Ainda tem um elenco superior a quase todos os adversários, mas a diferença, como o cobertor, encurtou bastante.
Nem tudo é elenco, ou alguém vai dizer que Botafogo ou o próprio Tricolor estão cheios de grandes estrelas?
Talvez alguma inesperada contratação na janela de transferências faça a diferença. Talvez Abel consiga resgatar o foco de jogadores que não estão acostumados a seguir juntos no mesmo projeto por tanto tempo. Talvez o próprio Abel, Zé, Veiga, Dudu e companhia voltem a voar como sabem, compensando as deficiências evidenciadas. Talvez eles consigam buscar mais uma Libertadores, como fizeram cinco meses depois daquelas pichações no clube.
Talvez, não. Talvez o Palmeiras faça o que não faz há anos: caia de rendimento por um período estendido e não ganhe mais nada esse ano. Talvez o elenco se desmonte e a diretoria precise encarar o fim de uma era que manteve, mas não construiu.
Levantar título todo ano, como vêm fazendo Palmeiras e Flamengo, não é normal.
Acostumar-se a viver na exceção não faz dela a regra.
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