Suárez pode deixar o Grêmio para estar com Messi, desde que pague por isso
Luis Suárez parece ter se arrependido de vir para o Brasil. Talvez o arrependimento tenha batido ao se deparar com os gramados brasileiros. Com o calendário (ainda que o do Grêmio não seja o mais pesado) ou a intensidade das partidas. Ou, ainda, com as cobranças por resultado. Pode ter sido o departamento médico do Grêmio ou qualquer outro fator.
Ou pode ter sido Messi.
Ao ver o amigo no Inter Miami, tranquilo, embolsando uma tonelada de dinheiro sob pressão quase zero, talvez o coração tenha batido mais forte.
Putz, eu podia estar lá, nossas famílias são tão amigas desde Barcelona. Miami é massa. Fala espanhol. A MLS é mais suave, não tem rebaixamento, amolação, não tem viagens bizarras e relvas esburacadas para agravar minhas dores no joelho.
Tudo isso me parece bastante válido. Suárez lida com problemas no joelho direito há quase dez anos e, aos 36, não deve ser nada fácil manter o ritmo — ainda que o Grêmio venha poupando bastante sua maior estrela.
Acho justíssimo que qualquer atleta queira deixar qualquer clube por qualquer motivo. Eu acharia terrível ser obrigada a trabalhar em um lugar onde estivesse infeliz, onde minha família não quisesse estar. O que Suárez não tem o direito de fazer, mesmo com toda a sua bagagem, é dar um migué no Grêmio.
Seu contrato foi negociado em boa-fé é uma multa de 70 milhões de euros estabelecida por sua saída, a fim de proteger o investimento do time gaúcho — que, segundo reportagens, toparia liberá-lo desde que ele não atuasse por outra equipe em 2023.
Utilizar-se da lesão e das dores como artifício para ir pegar praia com Messi em Miami, no conforto da MLS e da gentil aposentadoria, parece injusto com o clube que o abraçou tão intensamente.
Oferecer para devolver o salário e mais uns trocados, totalizando 10 milhões de dólares, não resolve o problema. Às vezes, a gente se arrepende. Nada mais justo que o Suárez pague a conta para pivotar em direção ao norte.
Opinião
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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