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Flamengo goleado e outros tropeços: qual a razão dos apagões no Brasileirão

Primeiramente, permitam-me uma ressalva: nenhum dos meus comentários visa minimizar o trabalho dos times adversários dos que mencionarei aqui. A derrota de um tem sempre mérito de quem vence. Sempre.

Mas é impossível deixar de falar dos desempenhos de Botafogo, Grêmio, Flamengo, Palmeiras e Fluminense nessa rodada.

O líder isolado do campeonato está no total direito de perder pontos fora de casa, contra o Cruzeiro (11o colocado), até porque é algo que praticamente não tem feito: perder pontos. Mesmo com o "tropeço" e uma atuação abaixo da média, a verdadeira má notícia foi a entorse no joelho de Tiquinho Soares.

Já o Grêmio, com todo o respeito ao Vasco, conseguiu perder para o vice-lanterna, que conquistou apenas sua terceira vitória no campeonato — a primeira acontecera na estreia, surpreendentemente, contra o Galo fora de casa. Assim como a partida entre Botafogo e Cruzeiro, esta poderia ser definida como morna. Meio chata.

Assim como foi o duelo entre Fluminense e Palmeiras. O Tricolor carioca levou os três pontos, aproveitando as poucas chances criadas em um jogo que desafiou o gosto por futebol da audiência. Eu mesma confesso que lutei para me manter acordada durante o segundo tempo — depois de passar o sábado correndo atrás de menino pequeno, me julguem.

E o Flamengo? Bom, o Flamengo foi atropelado pelo Cuiabá. O placar de 3 a 0 refletiu exatamente ao que assistimos: um time voando em campo e o outro completamente perdido, sem capacidade de se recompor defensivamente ou criar ofensivamente. Mérito absoluto do time de António de Oliveira (e o artilheiro figura Deyverson), que vem fazendo uma campanha surpreendente: ocupa a oitava posição, a apenas três pontos de Palmeiras, Flu e do próprio Rubro-Negro.

O que se viu na Arena Pantanal lembrou o que se viu em Bragança Paulista: uma das maiores potências do Brasil largada dentro de campo como um time que caiu do caminhão de mudança. Sem rumo. Sem criatividade. Apático.

Claro, em quase todos os jogos que mencionei havia formações "alternativas", cheias de reservas. Mas havia muita gente de nome em campo: Cano, Marcelo, John Arias, Gómez, Rocha, Ganso, Luis Suárez, David Luiz, Ayrton Lucas, Pedro, Bruno Henrique e companhia. Não era para ser tão ruim assim.

Mas está sendo. O diagnóstico dessa oscilação de desempenho tem uma causa clara e uma talvez menos objetiva, ainda que consequência da primeira: calendário e foco. Os jogadores cansam, lesionam-se, a comissão técnica precisa poupar. E ninguém aguenta manter o nível de intensidade mental necessária aos mata-matas, sem que o negócio descambe em algum lugar. E está descambando.

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A verdade é que nem os gramados aguentam o ritmo do futebol brasileiro. Talvez nem os colunistas.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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