Espanha x Inglaterra: final inédita da Copa do Mundo feminina prova o óbvio
A Espanha vai disputar o maior título do futebol mundial na sua terceira participação. A Inglaterra, campeã da Euro, superou a Austrália na sua terceira semi seguida e finalmente alcançou a decisão.
O óbvio: investir na base e no futebol de clubes dá resultado. E rápido. Porque clubes de futebol sabem encontrar e fomentar talentos. Já têm a estrutura para isso: scouts, centros de treinamento, fisiologia, medicina, psicologia, comissões técnicas.
Sabem observar a base. Se houver base.
Sem competições sub-9, sub-11, sub-13 não há time profissional, não há seleção principal.
Classificação e jogos
Meninas precisam ter onde jogar. Para que olheiros de clubes relevantes possam encontrá-las e dar a elas a oportunidade de viver do futebol.
Para que Salma Paralluelo, que dividia seu tempo entre a bola e o atletismo, possa receber uma ligação do Barcelona com uma proposta que a levasse em definitivo para o futebol. E, assim, entrar na história da seleção espanhola, com apenas 19 anos.
Para que Chloe Kelly, responsável pelo gol salvador na final da Euro, que nessa Copa já bateu um pênalti decisivo a 111 km/h, pudesse passar pelo Everton e o Arsenal, antes de chegar ao Manchester City — enquanto ia ganhando cancha nas seleções sub-17 e sub-20.
A Espanha, aliás, é a atual campeã sub-20 e bi do sub-17.
A liga inglesa é a melhor do mundo, a que mais cedeu jogadoras para a Copa. A espanhola é a segunda — só uma atleta da seleção atua fora do país.
Nada é por acaso. Basta investir. De verdade e com consistência.
Uma evidência: em apenas alguns anos de envolvimento dos grandes clubes europeus, a hegemonia dos Estados Unidos foi abalada. Talvez para sempre. Futebol é futebol. E pouca gente entende mais de futebol do que a Europa. Ou a gente.
Em se plantando, o futebol feminino dá. Resultados, títulos e golaços. Pela deusa, como dá golaços.
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