O risco da unanimidade e o gol (bem) anulado do Vasco contra o Palmeiras
Escrevi aqui ontem sobre a injustiça que se abate sobre os prejudicados pela arbitragem, e como ela é mais cruel com quem luta para fugir do rebaixamento.
Referia-me especificamente ao Vasco, que viu o golaço de Paulinho contra o Palmeiras ser anulado pelo VAR. O lance, nada simples, virou logo unanimidade.
Praticamente todos os especialistas (e não especialistas também) concordaram que o chute de Ríos caracterizava posse de bola e, portanto, não caberia a chamada pelos árbitros de vídeo para analisar o impedimento do lance anterior.
Pois bem, hoje a Comissão de Arbitragem concordou com a decisão e a anulação do gol. Não venho aqui falar de Wilson Seneme e companhia, cujas declarações e contínua falta de atuação já critiquei imensamente.
Classificação e jogos
Fui conversar com especialistas, e pesquisar a regra e as diretrizes — o que, obviamente, deveria ter feito com mais afinco antes da coluna de ontem. Enfim.
O que descobri foi algo bastante subjetivo. Ou não.
Como sabemos, a regra é clara pero no mucho. Ela abre espaço para que cada país estabeleça diretrizes próprias. A Premier League, por exemplo, orienta o seguinte:
"Importante: a Fase de Ataque não é reiniciada se o defensor der apenas um chutão, devolvendo a bola ao time atacante. Ele precisa passar a bola a um companheiro ou ter obviamente o controle da bola. É um ponto muito subjetivo e, na Premier League, o mais provável é que se volte apenas alguns passes. No entanto, outras ligas são muito mais restritas sobre a fase de ataque e podem anular um gol usando passes bem anteriores."
É possível encontrar várias orientações a respeito. O próprio gerente de VAR da CBF usou esse argumento hoje: "Ele [Ríos] tira sob pressão, está dentro da área, tira para o arredores e quem pega essa bola não é um companheiro, é um adversário".
O lance é todo injusto, afinal o impedimento milimétrico não dava qualquer vantagem ao cruzmaltino. Trata-se de uma aberração da regra, que afeta a todos.
Mas esse não é o ponto.
Confesso que me deixei levar pela unanimidade no domingo. Deveria ter aprendido alguma coisa com Nelson Rodrigues.
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