Mo Salah, ataques a Gaza e a importância de celebridades
Mohamed Salah, estrela do Liverpool e da seleção egípcia, manifestou-se ontem sobre a guerra entre Hamas e Israel. Postou um vídeo em suas redes e doou a uma instituição de seu país dedicada a fornecer serviços médicos e assistência humanitária à Faixa de Gaza.
Não é a primeira (e certamente não será a última) vez que o atacante muçulmano utiliza sua enorme plataforma para tratar de assuntos que importam, de verdade.
O multicampeão pediu a liberação do acesso de ajuda humanitária a Gaza, que entraria justamente pelo Egito, e apelou aos líderes mundiais para trabalharem pelo fim do combate. Parece simples, mesmo que não seja fácil.
"Nem sempre é fácil falar em tempos como este. Tem havido muita violência, muita dor e brutalidade. É insuportável testemunhar a escalada das últimas semanas. "Todas as vidas são sagradas e devem ser protegidas. Os massacres precisam parar. As famílias estão sendo dilaceradas. O que está claro agora é que a ajuda humanitária a Gaza deve ser autorizada imediatamente. As pessoas lá estão em condições terríveis. As cenas no hospital ontem à noite foram horríveis. A população de Gaza precisa urgentemente de alimentos, água e suprimentos médicos. Apelo aos líderes mundiais para que se unam para evitar o massacre de almas inocentes - a humanidade deve prevalecer."
Salah vai direto ao cerne da questão. Todas as vidas são sagradas. Todas as famílias devem ser preservadas. Todos merecem viver. Com luz, água e comida. É o mínimo.
A maioria, porém, não faz o mínimo. Por que não carrega em si o mínimo de humanidade. Escolhe um lado da luta e deseja o fim de quem está do outro. Que morram. Ou escolhe virar o rosto, afinal não têm nada a ver com isso.
Milhares de pessoas estão morrendo: em Gaza, em Israel, no Iêmen, na Ucrânia, na Bahia, no Rio, em cada rincão do Brasil.
Celebridades podem ajudar. Têm peso. Tem os ouvidos de milhões. Há um risco ao se expor em assuntos dessa magnitude? Há. Mas ele é minúsculo diante do impacto que um simples vídeo pode causar.
Ninguém é obrigado a nada, e jogadores, artistas, bilionários têm também o direito de não mexer em vespeiro. É uma pena que tantos escolham o conforto. Escolham ser só isso. Optem por emprestar suas imagens a qualquer tipo de marca, mas não a causas capazes de literalmente salvar vidas.
Muitos mais deveriam seguir o caminho de Mo.
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