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Copa do Mundo 2034: Arábia Saudita e Fifa, feitos um para o outro

Tudo indica que a Arábia Saudita sediará a Copa do Mundo de 2034. Hoje cedo, a Austrália abriu mão de sua candidatura e deixou o caminho livre para o casamento da "rival" com a Fifa, já esperado por quem acompanhava os bastidores do romance.

A entidade segue com o discurso de expandir o futebol pelo mundo, de levar suas competições a todos os continentes, dizendo que está "modernizando o futebol para que se torne global, acessível e inclusivo em todos os aspectos".

Deixo para vocês analisarem a ironia do termo "inclusivo" e o amor da Fifa por um país que executou pelo menos 100 pessoas neste ano, e onde ser LGBT é proibido por lei, sem falar em todas as restrições e violências cometidas contra as mulheres. E sem falar no recente relacionamento com o Qatar.

Uma excelente matéria da excelente The Athletic, dos excelentes Adam Crafton e Matt Slater, aborda os reais motivos.

"Outras pistas sobre por que a Fifa poderia gostar de uma Copa do Mundo na Arábia Saudita podem ser encontradas em uma entrevista de 2013, na qual Jerome Valcke, o ex-secretário-geral da Fifa (depois condenado por um tribunal suíço por aceitar subornos), disse que às vezes 'menos democracia é melhor para organizar uma Copa do Mundo'.

Isto significa que projetos fortemente patrocinados pelo Estado costumam estar mais preocupados com o prestígio da realização de um evento como esse, e menos preocupados com os elevados custos de sua realização, deixando a Fifa mais tranquila para explorar os ativos comerciais. No torneio de 2026 nos EUA, por exemplo, a Fifa está encontrando todo tipo de desafio com os custos de aluguel de instalações de treino para equipes, bem como grandes disputas com cidades e proprietários de estádios sobre os acordos de divisão de receitas. Tudo isto deve ser mais simples na Arábia Saudita.

Esses aspectos levam a uma Copa do Mundo mais lucrativa para a Fifa, com os lucros podendo então ser distribuídos de forma mais uniforme entre as associações, que ficam mais felizes com a Fifa e seu presidente Infantino, que pode ou não permanecer no comando da Fifa por mais tempo como resultado."

Enquanto isso, a Arábia Saudita segue normalizando seu regime, promovendo o turismo, entrando nas casas de torcedores mundo afora, alardeando sua liga recheada de estrelas e, em breve, todas as maravilhas do que deve ser mais um Mundial luxuoso e "moderno".

Surpreendendo um total de zero pessoas, o foco da Fifa é dinheiro. E poder. Afinal, esses dois gostam muito de passear juntinhos, de mãos dadas. Assim como Infantino e seus brothers parecem gostar de caminhar juntinhos, de mãos dadas com ditaduras de histórico torpe em direitos humanos.

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Fofos. Feitos uns para os outros. Que tragédia mais romântica.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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