Abel está 'brincando' com a emoção palmeirense?
Somente um assunto poderia tomar o lugar da comemoração do iminente título brasileiro do Palmeiras: Abel Ferreira.
Para além do receio de zicar um título que só uma hecatombe tira do Alviverde, a torcida palmeirense tem outra preocupação. A saída do português que dá nome à era mais vitoriosa do clube. E que ajudou a tirar, sabe-se lá de onde, mais uma taça importantíssima.
Fica? Sai? O que ele disse quer dizer o quê? Interpretar cada frase da coletiva do português se tornou mais importante do que rever os lances da vitória sobre o Fluminense.
A crítica veemente ao gramado e às miçangas de Taylor Swift? Sinal de que permanece ou de que não está mais nem aí e vai meter o pau até na sua casa?
Classificação e jogos
Dizer pela milésima vez que está cansado e é muito desgastante treinar no futebol brasileiro? Apenas um fato consolidado ou agora cansou de vez?
Encerrar a coletiva com: "Mas há uma coisa que eu tenho que vos dizer (pausa dramática). Eu não sou ingrato, ok? Um abraço"? Não é ingrato porque vai cumprir o contrato com o clube que lhe projetou? Ou não é ingrato porque sai deixando uma bela grana de multa e muitas conquistas (grana) para trás?
Tendo a concordar com o colega PVC. É possível que nem Abel saiba o que vai fazer. No lugar dele, eu não saberia.
Ficar e esperar proposta de um clube europeu para perseguir seus objetivos profissionais ou partir para ganhar um dinheiro inimaginável, arriscando o ostracismo?
Seguir na pauliceia desvairada, onde a família está instalada, ou arrastar todo mundo para um país como o Qatar?
O que querem Vitor Castanheira, João Martins e Carlos Martinho, seus fieis e firmes escudeiros? Que, aliás, também têm vidas e famílias.
O mais provável é que os recados do técnico — que não são novidade — signifiquem apenas uma coisa: ele tem crédito para reclamar e deixar a dúvida no ar. Dúvida que talvez não seja só nossa, da imprensa, ou da torcida.
Há uma coisa que eu tenho que vos dizer: conheço muito palmeirense que trocaria a certeza de mais um título brasileiro pela certeza de não precisar se despedir de Abel Ferreira.
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