5 provas de que os roteiristas do Brasileirão meteram o louco até o final
O campeonato brasileiro de 2023 acabou. De maneira insalubre e insana para uns e exultante para poucos. A última rodada só fez reforçar o que já vínhamos notando há meses: os roteiristas meteram o louco e mexeram na trama sem qualquer compromisso com a plausibilidade.
Vejamos:
- Primeiramente, Botafogo. Resta pouco a dizer sobre a decomposição do time que fez o melhor primeiro turno da história e terminou em quinto, sem vencer nenhuma das últimas onze partidas. Quando Tiquinho Soares correu para bater um pênalti aos 37 minutos do segundo tempo da 31a rodada, vencendo o Palmeiras por 3 a 1, com 9 pontos de vantagem na liderança e um jogo a menos, ali um roteirista pensou: e se ele perder e dali sair um gol do Endrick e o Palmeiras acabar virando o confronto, com um gol de zagueiro aos 54 minutos? Bora.
- Palmeiras que saía de um setembro pavoroso, eliminado na Libertadores, com apenas um gol marcado no mês (aquele do dedo do meio de Breno Lopes, aos 51 do segundo tempo, contra o Goiás). Palmeiras que renasceu em outubro, goleando a pedra no sapato São Paulo por 5 a 0. Na sequência tomou 3 do Flamengo, fez 3 no Inter, 4 no América-MG e construiu, na reta final, o saldo que lhe daria o 12o Brasileiro com uma improvável tranquilidade na derradeira rodada.
- Tranquilidade contra o Atlético-MG, a fênix do returno, melhor defesa do campeonato e único com alguma chance de tomar o título. E que terminou perdendo por 4 a 1 para o quase rebaixado Bahia, que vinha da surpreendente derrota para o lanterna América-MG e um mais surpreendente 5 a 1 no Corinthians, em Itaquera.
- Bahia que sobreviveu abraçado à outra SAF, o Vasco, que evitou seu quinto rebaixamento no apagar das luzes. Graças a um gol de Serginho aos 37 do segundo tempo e um do Fortaleza contra o Santos, aos 50 da etapa final.
- Santos que começou a rodada na melhor posição entre os três candidatos à Série B e que caiu com um gol de Lucero do meio de campo: o gol que Pelé não fez, o gol que rebaixou pela primeira vez o clube de Pelé no ano do Brasileirão em homenagem ao rei. O primeiro sem ele. O primeiro com o Peixe no Z4.
A marcha dos desesperados aconteceu assim:
21h30- Bahia rebaixado
21h43- Vasco rebaixado
22h02- Santos rebaixado
22h08- Bahia rebaixado
22h23- Santos rebaixado
23h02- Vasco rebaixado
23h21- Santos rebaixado
O Brasileirão que tinha tudo para ser do Botafogo, com a maior pontuação e a menor empolgação da era moderna, terminou com o Palmeiras bicampeão, marcando 11 pontos a menos que em 2022, o Grêmio do absurdo Suárez como vice e emoção só entre os passageiros da agonia.
Como diria Januário de Oliveira: cruel, muito cruel.
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