Por que não paramos de falar de Cuca, Robinho e Daniel Alves
Um teve sua condenação por estupro de uma criança de 13 anos anulada pela justiça suíça. Ao pessoal que gosta de se apegar aos detalhes, ainda cabe recurso à decisão.
O outro é condenado na Itália por estupro coletivo de vulnerável e segue flanando pelo Brasil, enquanto o nosso Ministério Público Federal tenta fazê-lo cumprir pena aqui pelo abjeto crime cometido na Europa.
O terceiro é o único preso. Enquanto aguarda julgamento na Espanha, Daniel Alves vê sua mãe e amigos divulgarem um vídeo asqueroso de exposição, descredibilização e culpabilização da vítima. Um nojo.
Depois de tantas mentiras no seu caso, espanta-me que o seu entorno queira usar a credibilidade como argumento para, novamente, violentar uma mulher.
Mas é disso que se trata: a confiança na impunidade e no pacto machista é tamanha, que homens como eles podem se acreditar acima das evidências mais evidentes. Acima da Justiça de Suíça, Itália, Espanha, Brasil.
Havia sêmen na menina. Havia áudios. Havia vídeo. Havia desespero. Nada disso importa. Vamos mentir até onde nos deixarem.
No caso de Cuca, por ora, sua condenação está anulada (não por mérito). Antevejo um retorno triunfal embrulhado em pano cuidadosamente passado.
Robinho ainda corre risco de conhecer o interior do xilindró, mas enquanto isso curte o seu futevôlei com os parças.
Daniel Alves pode ser o primeiro a pagar pelo que supostamente fez. A ser verdadeiramente responsabilizado por supostamente tomar na força o corpo de uma mulher e traumatizá-la para sempre.
Enquanto houver estupradores, estaremos aqui gritando. Se não pudermos impedir que se propaguem, queremos ao menos impedir que sejam ignorados.
Mas quem somos nós, feministas raivosas e intolerantes, para julgar, não é mesmo?
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