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Efeitos colaterais do caos na CBF, Carpini e Dorival são boas escolhas?

O evento de anúncio de Dorival Jr. como treinador da seleção brasileira acontece no mesmo dia em que o São Paulo resolveu o problema criado por Ednaldo Rodrigues: Thiago Carpini assumirá o tricolor.

Quem ganha com as mudanças? Sem dúvida, Dorival e Carpini. Um realiza o sonho de qualquer comandante do futebol brasileiro. O outro, depois de subir com o Juventude para a Série A, sobe também de nível ao receber o comando de um dos maiores clubes do Brasil -- vale lembrar que ele estava praticamente fechado com o Santos, o que lhe garantiria mais uma temporada na segunda divisão.

Quem perde? Fernando Diniz, certamente. O São Paulo, provavelmente. E a Seleção, quem sabe?

Esta última porque segue operando sob o mais absoluto caos, técnico, operacional, ético e político. Dorival certamente não é pior que Diniz e talvez nem esteja abaixo de Tite, mas para quem prometeu Ancelotti, a entrega parece um daqueles memes de Expectativa x Realidade. A solução mais rápida, o famoso "é o que temos para hoje".

O Tricolor perde sequência de trabalho. Perde experiência. Perde casca. Dorival é um cara multicampeão, tarimbado, que levou a equipe a um título de Copa do Brasil que quase ninguém esperava. E, que, novamente, abandona um trabalho em construção (Ceará feelings) por uma "promoção".

Carpini é uma aposta. Uma boa aposta. O vice-campeonato paulista conquistado com o Água Santa, em que chegou a vencer a partida de ida contra o Palmeiras, foi um feito estupendo. Não à toa lhe rendeu o prêmio de melhor técnico do campeonato. No Juventude, alcançou a maior vitória que clubes fora da Série A podem desejar: o acesso, na segunda colocação, superando um bololô com outros cinco times, que quase matou algumas torcidas do coração.

O profissional de apenas 39 anos nunca dirigiu um clube grande. E vai precisar começar um trabalho do zero, já sob aquela pressão que só quem dirige clube grande conhece. Uma pressão que derrubou um nome do tamanho de Crespo, mesmo com o título paulista alçado a status de Mundial.

No final, ganha o Fluminense, que fica com Diniz (ainda que bastante chateado) só para si. Ganha o Palmeiras, que não perde Abel. Ganham Dorival e Carpini, que mudam de patamar.

À Amarelinha e ao Tricolor, restam um enorme ponto de interrogação, cortesia de Ednaldo Rodrigues.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.