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O que sabemos sobre os aviões do São Paulo e do Palmeiras

O São Paulo agora tem um avião para chamar de seu. O clube fechou acordo de dois anos com a Sideral Linhas Aéreas, que permitirá à equipe de Carpini viajar em voos privados, pelo Brasil e a América do Sul.

Em um país continental e um continente de malha aérea complicada, o reforço é imenso, especialmente em ano de Libertadores. O Tricolor poderá prolongar seu tempo de preparação no centro de treinamento e até começar a recuperação de jogadores ainda na aeronave.

Logística é vida.

E no que isso difere da situação do Palmeiras, que desde agosto de 2023 também dispõe de um avião próprio?

Bom, começa pelo fato de que o avião não é próprio. Embora noticiado como "Leila compra avião para o Palmeiras", ele é de propriedade da Placar, que é de propriedade de Leila Pereira e seu marido, José Roberto Lamacchia. A presidente do clube e de sua patrocinadora também é presidente da empresa que é dona do avião.

Assim, ela emprestou o jato ao Alviverde, até porque a Placar não dispunha do Certificado de Operador Aéreo (AOC), concedido pela ANAC, e portanto não podia fazer o contrato de fretamento. O que não impediu Pereira e Lamacchia de colherem os frutos da publicidade de sua empresa aérea, em troca do serviço tratado, na melhor das hipóteses, como parte do patrocínio e, na pior, como benevolência.

No acordo entre São Paulo e Sideral, o clube ficou com o direito ao envelopamento da aeronave, abrindo uma nova fonte de receita publicitária.

Vale notar que o Embraer PS-LMP (matrícula em alusão à Leila Mejdalani Pereira) está em manutenção nos Estados Unidos desde outubro do ano passado, obrigando o clube a utilizar terceiros para deslocar a equipe de Abel Ferreira. Aos curiosos de plantão, o monitoramento do jato pode ser feito neste link.

Sem acesso aos detalhes, seria precipitado comparar as vantagens e desvantagens de cada acordo. Comparemos então o que sabemos.

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O avião do São Paulo é fruto de uma negociação formal: um contrato comercial, com obrigações e direitos das duas partes signatárias.

O avião do Palmeiras é fruto da intricada e turva relação umbilical entre o clube, Leila Pereira e suas empresas. E ele está no "DM", por tempo indeterminado.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.