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A insensibilidade com o ataque ao Fortaleza aconteceria com o Flamengo?

Semana passada, o ônibus do Fortaleza foi atacado a 8 quilômetros da Arena Pernambuco. Criminosos com a camisa do Sport atiraram pedras e uma bomba caseira contra o veículo, estilhaçando vidros e ferindo algumas pessoas gravemente.

Falamos sobre o assunto? Falamos. O suficiente? Provavelmente, não. O futebol parou, houve manifestações de classe, paralisações, greves? Não mesmo.

João Ricardo, Brítez, Lucas Sasha, Dudu, Escobar e Titi saíram feridos. Os quatro primeiros voltaram a treinar agora. Escobar está se recuperando dos 13 pontos que tomou e de um trauma cranioencefálico. Titi ficará pelo menos três semanas fora de combate, depois de passar por uma cirurgia para retirar estilhaços de vidro e resquícios de bomba da panturrilha. Com crises de pânico, Thiago Galhardo foi liberado pelo clube para cuidar da saúde mental.

Esses são os traumas conhecidos. Talvez nunca saibamos a extensão do dano causado pelo ataque terrorista perpetrado no dia 22 de fevereiro, em Recife.

Este caso deveria ter parado tudo. Deveria ser manchete todos os dias, com atualização sobre a recuperação dos atletas, a investigação e a busca pelos criminosos. Mas não é. Usei o exemplo do Flamengo no título, mas a alusão serve para qualquer outro grande do sudeste.

Imaginem se fosse Gabigol com trauma encefálico, Endrick com estilhaços na perna ou Hulk com crises de pânico, desfalcando seus times em uma disputa de Libertadores. A reação seria a mesma?

Do lado esportivo, a única consideração com o Leão do Pici foi o adiamento de sua partida contra o Fluminense-PI, pela Copa do Brasil, de 29 de fevereiro para 3 de março. E só. O clube ganhou quatro dias a mais para lidar com um dos episódios mais graves do Brasil contra profissionais do futebol.

Os integrantes daquele ônibus viveram uma experiência de guerra. Bomba, sangue, janelas destruídas. Sofreram um atentado contra sua vida, sobreviveram a uma tentativa de homicídio.

E tudo segue como está. No máximo, uma solidarização por rede social ou uma homenagem dentro de campo.

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O futebol parece ser fonte de fortes emoções, mas na verdade está completamente dessensibilizado para certas vítimas.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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