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John Textor faz mal ao futebol brasileiro (possivelmente de propósito)

O empresário americano está fazendo mal ao futebol brasileiro. Mau perdedor e irresponsável são adjetivos suaves diante do estrago que pode estar em curso. Sem história por essas bandas, ele tenta acabar com a credibilidade de um dos nossos maiores patrimônios. Com bravatas. Sem provas. Sob o silêncio da CBF.

Ontem, ele deu mais um passo na direção do absurdo: acusou cinco jogadores do São Paulo de entregarem a partida para o Palmeiras, na derrota por 5 a 0 pelo Brasileirão 2023. Ao não apontar nomes ou mostrar evidências, colocou em xeque todo o elenco do clube. Meteu o dedo na pessoa física.

Manipulação de resultados é assunto seríssimo. O senador Jorge Kajuru destacou hoje a importância da CPI que iniciará seus trabalhos em abril, afirmando que "mais de 100 partidas de futebol disputadas em 2023 estão sob suspeita de manipulação para favorecer apostadores".

Se a preocupação de Textor fosse mesmo com a "fucking corruption", por que atrapalhar as investigações? Por que deixar apenas suspeitas pairando sobre o futebol e seus principais atores? Por que não divulgar o que supostamente sabe?

Aos 37 minutos do segundo tempo da 31ª rodada, Tiquinho Soares teve a bola do campeonato. Um pênalti convertido, 4 a 1 no placar, e estaria encerrado o jogo contra o Palmeiras. E a briga pelo título. Perdeu, dando início a uma virada e um derretimento históricos. O Botafogo não venceu nenhuma das últimas 11 partidas do Brasileiro. Terminou em sexto.

Talvez John Textor devesse se ocupar de aplicar inteligência artificial ao entendimento do que levou à derrocada. Melhor ainda, na preparação do elenco para evitar um novo fracasso, às portas da estreia na fase de grupos da Libertadores e de (mais um) novo técnico. Em vez disso, ele se ocupa de transformar uma questão grave em chacota. Pior ainda, em levar consigo um clube e uma torcida já bastante traumatizados.

Mas talvez ele tenha um plano. Talvez ser banido do futebol brasileiro não seja um mau negócio. Talvez ele já não goste de estar aqui. Talvez botar fogo no parquinho seja um jeito de se livrar de um brinquedo que ele não quer mais. E que se danem os efeitos colaterais.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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