Antero, Silvio e Apolinho deixam para trás um deserto - e muitas risadas
Ídolos decepcionam. Referências ensinam.
De ontem para hoje, perdemos três delas no jornalismo esportivo. Um campo já árido, com tão poucas inspirações, ficou ainda mais estéril. Chato. De personalidades vazias. Sem graça.
Apolinho e suas tantas expressões, que hoje repetimos sem saber de onde vieram.
Silvio Luiz, um dos pilares da Santíssima Trindade da narração esportiva do século que passou.
Antero Greco, o homem que desafiou a grande máxima de Nelson Rodrigues. O cara que conseguiu ser unanimidade, como profissional e pessoa. Que era gentil no mais hostil dos ambientes. Que, trajando um sisudo terno e gravata, saudava a quinta série que habita todos nós. Inteligente, doce e humilde. A prova viva de que dá para fazer rolar de rir sem ser escroto com ninguém.
Não os conheci pessoalmente. Pelo X/Twitter troquei mensagens e retuítes com Anterito e Silvio, também companheiros alviverdes. Pensava: pelo amor dos meus filhinhos, eles sabem que eu existo! E isso era muito.
Silvio, pela referência da voz que animou minha infância. Antero, por buscar um dia alcançar sua fineza. A personificação de um jornalismo que abraça. Que informa e acalma. Aquela companhia por quem esperávamos, quando a notícia não estava em toda parte. A visita que a gente não queria nunca ver partir.
Mas ele partiu. Os três partiram, nos deixando terrivelmente sós. Ainda bem que Milton Caraglio, Louis Picamoles e Rolão Preto estão aí para nos fazer rir em meio às lágrimas.
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