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Expulsão de Hulk contra Palmeiras prova falta de critério que afeta a todos

Vendo e revendo o lance da expulsão de Hulk, ontem na Arena MRV, uma coisa fica clara: a arbitragem no Brasil, na melhor das hipóteses, não tem critério ou, na pior, é mal intencionada.

Vale reforçar que o Palmeiras fez a sua parte, aproveitando o cenário dado e garantindo uma vitória imensa, histórica e estratégica, diante de um adversário que deve brigar pelo título até o final. O Alviverde não tem nada a ver com isso e saiu fortíssimo de Belo Horizonte.

O que não muda o fato de que o Galo foi muito prejudicado. Muito. Perder o seu principal homem aos 31 minutos do primeiro tempo contra um grande rival já seria trágico. Perdê-lo de maneira injusta selou o destino alvinegro. Além das consequências naturais da desvantagem numérica, a revolta dominou torcida e companheiros de equipe, tornando o clima irrecuperável.

Sou a primeira pessoa a defender punições mais enérgicas às reclamações de jogadores e comissões técnicas. Sempre brinco que, se tivesse o apito na mão, não passaria 20 minutos sem expulsar alguém. "Como é que é? Fala de novo, pra você ver se não te boto pra fora." Ia ser vermelho atrás de vermelho.

Só que eu não sou árbitra e Hulk não passou dos limites. O seu "puta que pariu" pós disputa de bola até justificou o primeiro amarelo. Na sequência, ele só indagou os motivos, segundo relatado pelo próprio árbitro na súmula: "Me diz o porquê do cartão, me diz o porquê". Não usou mais nenhum palavrão. Encarou Rodrigo José Pereira? Sim. Ser encarado por um cara do tamanho do Hulk deve ser meio assustador? Sim. Mas ele só perdeu a linha mesmo depois do vermelho, quando cutucou o microfone no rosto de Pereira e se recusou a sair de campo.

Se este for o novo critério (não pode questionar origem de cartão a menos de x centímetros da face do juiz), tudo bem. Nem acho injusto. Que seja realizada uma orientação geral e que a regra seja aplicada a todos. O combinado não sai caro.

Já a expulsão de Hulk saiu caríssima. Prejudicou o Atlético-MG ontem e vai prejudicar na próxima rodada, para qual o time avança ainda desfalcado pela Copa América e agora sem o camisa 7 e sem Paulinho, expulso com o jogo já terminado, depois de chutar Marcos Rocha em atitude bem fora do padrão para o atleta.

Como sempre, a pergunta que fica é: tem critério? Ou apenas árbitros mal treinados e, dependendo do dia, mal humorados?

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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