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Como a expulsão de Veiga reflete o momento de Palmeiras e Corinthians

Ontem escrevi que havia grande pressão sobre o Palmeiras para vencer o combalido rival dentro de casa. Mesmo sem gols no primeiro tempo, a pressão foi se esvaindo à medida em que a a disparidade evidenciava-se. Era palpável. Gritante.

Claro que uma bobeada poderia mudar tudo, deixar Yuri Alberto sozinho na área e alterar a rota do Dérbi. Mas Yuri Alberto não ficou sozinho na área. Yuri Alberto caiu sozinho no meio do campo, em uma cena tão bizarra quanto ilustrativa do momento que vive sua equipe.

Mas talvez seja a expulsão de Raphael Veiga o momento mais emblemático.

O Alviverde vencia por 2 a 0, quando ele atropelou Garro e tomou cartão vermelho direto, aos 18 minutos da etapa final. O atacante alvinegro tentava se impor sobre Estêvão, depois de o garoto passar o pé em cima da bola e dançar para a torcida. Foi aniquilado por Veiga. Desapareceu do quadro.

Em teoria, um ato que poderia ser condenado pela torcida, os companheiros ou pelo menos a comissão técnica. Este ano, pelo Paulistão, o Palmeiras também dominava o rival e acabou tomando o empate por 2 a 2, com um gol do próprio Garro, aos 54 do segundo tempo, em Barueri.

A imprudência poderia ter prejudicado o time ontem e vai desfalcá-lo para o confronto contra o Grêmio, na quinta.

O que aconteceu? A torcida amou. Os memes se proliferaram. Até João Martins, auxiliar técnico, cumprimentou o jogador na saída. O próprio Veiga postou orgulhoso em seu Instagram uma foto em que está de pé ao lado do adversário caído, em uma cena que me remeteu à clássica imagem de Muhammad Ali e Joe Frazier.

Os aplausos não me parecem refletir apenas o deleite primitivo de confrontar um rival, de se mostrar mais forte, superior, dominante. Têm a ver também com o abismo que separa os clubes. Um abismo instransponível até com vantagem numérica dentro de campo. Um abismo que permite a displicência de atuar com um a menos por mais de trinta minutos sem sofrimento. Que foi exatamente o que aconteceu.

Vice-líder, o Palmeiras se dá ao luxo de curtir até cartão vermelho. Vice-lanterna, precisando agora de quase 50% de aproveitamento para chegar aos salvadores 45 pontos, o Corinthians não tem uma alegria em que agarrar-se.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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