Alicia Klein

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A cria do Palmeiras salvou a noite da minha

Meu filho torce para o Palmeiras. E o Flamengo. E o Brasil. E, segundo ele, para o Manchester City (porque ganhou a camisa de um grande amigo meu) e o Barcelona (porque tem Spotify na camisa e ele adora música). Nessa semana, passou a se dizer também vascaíno, graças a um amiguinho da escola.

Ele não costuma sofrer com os resultados. Mas, por outros motivos, encontrou no segundo gol do Grêmio a válvula de escape que precisava para chorar. Chorou. Chorou. Não queria o 2 a 0 gaúcho. E queria desligar a televisão a qualquer custo. Não queria ver aquilo. Literalmente.

Insisti que eu precisava assistir à partida, negociei, tentei distrair com o golzinho que fica na sala, o futebol de botão, disse que estava tudo bem. Perder faz parte, filho.

Enquanto eu falava, Flaco López diminuía a vantagem: 2 a 1. "Olha, mamãe, gol do Flaco." As lagriminhas começavam a secar.

Antes que eu conseguisse pensar em algo mais para tirá-lo da fossa, Estêvão apareceu. O garoto de 17 anos — que, aliás, também tem idade para ser meu filho — marcou um golaço de fora da área e deixou tudo igual. Mal se virou direito na direção da meta e acertou um lindo chute.

O meu menino saiu correndo pela sala. "Gol! Gol! Golaço do Estêvão, mamãe. Empatou! Empatou!"

A tragédia estava desfeita.

Que loucura é o futebol. Talvez a maior das válvulas de escape. Uma fuga da realidade que permite chorar e rir e pular e sair correndo, tudo em um espaço de sete minutos.

Pouco importou o ponto que garantiu ao Palmeiras a terceira posição no campeonato e deixou o Grêmio no Z4. Para o meu pequeno, nesta quinta, só Estêvão importou.

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Estêvão e Gustavo, o goleiro do Criciúma que pega tudo no nosso jogo de botão.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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