Perfeita, grávida e traída: a realidade de Iza nos desespera
O vídeo-desabafo de Iza atinge a nós, mulheres, de uma maneira muito cruel e profunda. É uma dor que todas conseguimos sentir. É mais do que a dor da traição e do desrespeito. É ódio. É desespero. É uma vontade de abrir a janela e gritar. E gritar.
Há o elemento racional: uma grávida feita de trouxa pelo pai da criança, o companheiro que de companheiro não tem nada. Um escroto preocupado apenas com o próprio escroto.
Há, também, um elemento mais subjetivo: é a Iza. A Iza, porra. Uma das mulheres mais bonitas e bem-sucedidas do Brasil. Rica, famosa, gente boa. Como disse uma amiga: a deusa Afrodite do Ébano, a suprema, a reencarnação de Oxum. Iza.
Traída pelo volante do time B do Mirassol. Um homem branco que nem chegou à Série B querendo fazer sucesso sobre os ombros de uma mulher negra que é tudo que ele nunca vai ser.
Classificação e jogos
Que não teve sequer a preocupação de preservar o bem-estar e a vida da própria filha, que a parceira traída carrega no ventre. E se ela passa mal ao descobrir o que ele andou aprontando?
O abismo que separa as personagens dessa história e o papel desempenhado por cada uma delas é a ilustração perfeita do patriarcado. Da realidade inescapável de que, bem, não temos como escapar. Porque nem a Iza escapou. Porque não salva um. Não salva o Neymar. Não salva o Yuri Lima. Não salva um.
A mesma amiga citada acima me enviou um áudio que resume bem meu sentimento: sinceramente, eu acho que o mundo já está bom de acabar.
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