Com Marta expulsa, Brasil cai para a Espanha e precisa cair na realidade
A Rainha Marta pode ter jogado seus últimos minutos pela Seleção em Olimpíadas. Essa constatação só não é mais triste do que esta: não fazemos mais parte da elite do futebol mundial.
Estamos no topo, claro. Um topo estendido. Mas não no topo do topo. No top três. Hoje, precisamos secar adversárias para avançarmos como uma das melhores terceiras colocadas, na bacia das almas. Essa é a nossa realidade.
Ficamos para trás. Mesmo com a melhor do mundo de todos os tempos que já existiu na Terra, entre homens e mulheres. Mesmo com Marta, ficamos para trás. Para trás da Espanha, que já deixou até os Estados Unidos para trás. Para trás do Japão. Para trás do Canadá.
Hoje, perder para as campeãs do mundo era o natural, infelizmente.
O duro é perder vendo-as poupar suas maiores estrelas. Perder com sobra. Perder com Marta expulsa ainda no primeiro tempo. Perder tendo vencido somente a Nigéria e bem mais ou menos. Perder de novo, depois de tomar a virada do Japão em cinco minutos, nos acréscimos. É ter 16 minutos de acréscimos contra as espanholas e saber que o risco de tomar o segundo era maior que o do empate. Tão maior, que aconteceu. Aos impressionantes 61 da etapa final, Alexia Putellas meteu um golaço para encerrar o certame e qualquer esperança.
Faz tempo que não somos o país do futebol. No feminino, passamos décadas tentando viver só de talento, enquanto nossas adversárias uniam talento a investimento. Fomos ultrapassadas e ultrapassados. O quanto antes nos dermos conta disso, melhor.
Agora é secar Canadá e Austrália, e torcer pela tão desgastada superação brasileira.
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Opinião
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