Alicia Klein

Alicia Klein

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Brasileiras jogam como campeãs do mundo e amassam a Espanha rumo ao ouro

Gosto de imaginar um alienígena aterrizando por aqui e tentando entender a realidade do futebol. Sem contexto. Sem vieses.

Se meu ET imaginário chegasse hoje a Marselha e fosse informado de que, entre Brasil e Espanha, havia uma campeã mundial e uma equipe que se classificou em terceiro do seu grupo, duvido que ele acertasse quem era quem.

Ao contrário da primeira partida, em que fomos amassadas impiedosamente, a seleção apareceu agressiva, corajosa, confiante. O tempo todo.

A goleira espanhola ajudou, chutando a bola na companheira Paredes e abrindo o placar para o Brasil logo aos 5 minutos. Só no primeiro tempo, finalizamos 11 vezes. Terminou 2 a 0 com um golaço de Gabi Portilho, assistida magistralmente por Yasmin, mas poderia ter terminado 3 ou 4 a 0.

Terminou mesmo 4 a 2. Com 17 minutos de acréscimo. Sabor de goleada para cima das melhores do mundo. Apenas.

Depois de um belo contra-ataque puxado por Priscila, Adriana finalizou aos 25 do segundo tempo. Parajuello marcou aos 39, Kerolin fez o quarto aos 45 e Parajuello fechou a conta aos 56.

Que vitória, Brasil. Que moral.

Arthur Elias errou ao se incomodar com as justas críticas no início da competição. Errou mais ainda ao apontar nominalmente apenas as jornalistas mulheres. Mas o técnico acertou a equipe. Melhorou significativamente contra a França e mais ainda contra a Espanha, irreconhecível diante da permanente pressão brasileira. Mérito seu e das atletas, que superaram também as ausências de Rafaelle, Antonia e Tamires.

Depois de uma fase de grupos fraquíssima, renascemos. Depois de tomar a virada do Japão em cinco minutos, renascemos. Depois de perder Marta, renascemos. Depois de 19 minutos de acréscimo contra as donas da casa, renascemos. Depois das pratas de 2004 e 2008, temos a chance de ressuscitar um sonho dourado que parecia muito distante em 2024.

Continua após a publicidade

No nosso caminho, adivinhem quem? As algozes de outrora, as adversárias perfeitas para uma revanche cósmica e inesperada: as americanas. É sábado, meio-dia. E, depois de hoje, dá para acreditar que sí, se puede.

Siga Alicia Klein no Instagram e no X (Twitter)

Leia todas as colunas da Alicia aqui

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes