O exemplo que Textor poderia dar com Leila em Botafogo x Palmeiras
John Textor poderia dar um belo exemplo hoje. De respeito. De trabalho em conjunto. De visão. De decência mesmo.
Ele poderia convidar Leila Pereira para assistir ao enorme duelo de hoje pela Libertadores, no Nilton Santos, em um camarote com ele. Como acontece em grandes competições, quando líderes de nações se sentam lado a lado nas tribunas de honra, comemorando e lamentando os lances da partida juntinhos.
Desde que o Botafogo perdeu de virada justamente para o Palmeiras em 2023, subsequentemente derretendo no Brasileirão, o empresário estadunidense fez de tudo para causar discórdia. Como um Eurico Miranda sem charme e sem conhecimento do país, invadiu gramado, esbravejou, acusou de corrupção dirigentes de clubes, a CBF, a arbitragem, jogadores, tudo sem provas. Foi parar em Brasília, ainda sem provas, fomentando furdunço e desconfiança.
O seu embate pessoal com Leila Pereira avançou a níveis ainda mais bélicos. Parece-me ingênuo pensar que os dois bonecos enforcados no caminho do Nilton Santos não sejam frutos de um terreno adubado por Textor. Ele criou inimigos onde nem sequer haviam rivais.
Classificação e jogos
Talvez ele não entenda, como alguém que nem sequer arranha um português enrolado, o tanto que a violência já é um elemento embrenhado em todos os aspectos da nossa vida. O tanto que não precisamos de um gringo aqui olhando para a gente de cima, com desdém, ajudando a piorar o que já temos de pior.
Se o dono do Botafogo quer mesmo a união dos clubes, como agora resolveu afirmar, ele poderia começar hoje, com um gesto concreto envolvendo a presidente do atual campeão brasileiro, a única mulher na elite do futebol, uma bilionária que não tem medo de briga, mas que talvez entenda que chegou a hora de parar de brigar.
Como diz o ditado, o peixe apodrece pela cabeça. O exemplo que vem de cima tem o poder de cascatear para baixo, e diminuir a temperatura dessa e de outras rivalidades. O difícil é acreditar na cabeça do peixe.
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