O risco de descartar os ricos na briga pelo Brasileirão
O Botafogo cresceu para cima do Fortaleza no sábado e conseguiu uma vitória importantíssima sobre o surpreendente líder do Brasileirão. Tudo com o brilho de mais uma contratação que acabou de chegar e já rende ótimos resultados. Igor Jesus meteu até golaço e garantiu o Glorioso no topo, ainda que com uma partida a mais que o Laion.
No clássico das maiores torcidas, ontem, o Flamengo conseguiu se tornar vítima do Corinthians, que conquistou apenas a quinta vitória no campeonato inteiro. O Rubro-negro tem a 15ª campanha do returno, com um triunfo nos últimos cinco jogos e seis pontos de distância para o clube de John Textor. Um amigo comentou na sequência: olha, um time com tanto dinheiro não pode ficar tão longe da liderança.
Mais tarde, o Palmeiras derrotou o Athletico, na Ligga Arena, com uma facilidade que só não foi maior graças a uma atuação de gala do ex-terceiro goleiro Mycael. Com ao menos cinco defesas difíceis, ele impediu a goleada alviverde, mas não impediu o belíssimo gol de Estêvão. O time de Abel tem três pontos a menos e o mesmo número de jogos que o Botafogo. Na pior das hipóteses, estará a quatro pontos do primeiro lugar, se o Fortaleza vencer o confronto que lhe falta.
Sabe o que isso tudo quer dizer sobre esses três? Nada. Sabe quem dá para descartar da briga? Ninguém.
O Botafogo botou a mão no bolso e montou uma equipe ainda mais forte que a do ano passado. Ainda está na Libertadores e parece ter elenco suficiente para brilhar nas duas competições. Sair da fila só não é um negócio que costuma vir fácil.
Justamente por dispor de todo aquele dinheiro mencionado pelo colega, o Flamengo utilizou a reta final da janela para trazer atletas de alto calibre (ou potencial) e tentar resolver os buracos causados por uma epidemia de lesões musculares. Logo, a maré rubro-negra pode mudar a qualquer momento — e se mostrar ou não suficiente para aguentar o tranco de três torneios.
Embora também tenha removido o escorpião do bolso, o Palmeiras ainda oscila e viveu um mês de agosto para esquecer. Desde as eliminações, porém, dá sinais de vida e começa a preocupar todos os adversários que estão vivos desde a chegada de Abel Ferreira. Agora vai, de novo? Ou uma hora vai finalmente ficar a ver navios?
Já o Fortaleza, se sobreviver aos ataques desses três, terá conquistado um feito monstruoso, com um orçamento bem mais modesto e uma ascensão ímpar. É difícil acreditar que o Leão do Pici segure as pontas até dezembro, pelas evidências históricas mesmo, por uma triste hegemonia de poucos, por uma sina que eu espero ver cair em breve. Mas sinas existem para cair.
Com 13 rodadas pela frente, seis pontos não são suficientes para garantir tranquilidade ou causar desespero em ninguém. Ainda mais em quem tem dinheiro à vera para jogar em cima de problema. Ainda mais para quem tem fé. Ainda mais depois de 2023.
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