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G4 do Brasileirão faria mais pela seleção do que o time de Dorival

Dorival Jr. disse ontem que o Brasil estará na final do próximo Mundial. "Podem me cobrar."

Se a fala parecia precipitada antes da partida contra o Paraguai, depois de uma magra vitória contra o Equador e uma campanha medíocre na Copa América, agora ela parece quase alucinada.

Nas Eliminatórias, temos quatro derrotas nos últimos cinco confrontos, ocupando um incômodo quinto lugar e discutindo seriamente a possibilidade de ficarmos de fora da Copa do Mundo com 48 vagas, aonde só não vai quem já morreu.

A única coisa mais difícil do que fazer gol no Paraguai (melhor defesa) é tomar gol do Paraguai (pior ataque). Nossos vizinhos haviam marcado apenas uma vez nos sete jogos anteriores. Apenas a Bolívia alcançara a façanha de ser vazada por eles. Não mais. Agora, somam dois tentos e ocupam a sétima posição, um ponto atrás dos pentacampeões.

Nessas horas, é comum desejarmos soluções milagrosas. E se o Dorival sair? E se o Neymar voltar? E se o Pedro não tivesse se lesionado? E se eu ganhasse na loteria? Infelizmente, não vislumbro o passe de mágica que tornaria esse catado milionário em um time. Tenho, inclusive, defendido a tese de que qualquer um dos times no G-4 do Brasileirão — talvez até alguns outros — faria um papel mais digno com a Amarelinha.

No Defensores del Chaco, com nosso trio de ataque do Real Madrid, acabamos pressionados por uma equipe com cinco atletas que atuam por aqui. Gatito Fernández (goleiro reserva do Botafogo), Junior Alonso (zagueiro do Atlético-MG), Bobadilla (volante do São Paulo), Villasanti (volante do Grêmio) e Isidro Pitta (atacante do Cuiabá). Gustavo Gómez, do Palmeiras, estava suspenso.

Vão me dizer que Botafogo, Fortaleza, Palmeiras, Flamengo não dariam ao menos uma canseira nesses adversários? Que, com 70 por cento de posse de bola, não sairiam mais que três finalizações no alvo? Que não haveria ao menos algumas jogadas ensaiadas, recursos, ideias?

A seleção de Dorival carece de ideias. De convicções. De rumos. De alternativas. Quando nenhum jogador consegue render nem perto do que rende no seu clube, o problema claramente está na gestão, no esquema, na liderança.

Especialmente se a liderança está ocupada falando em final quando deveria estar pianinho, preocupada em fazer o mínimo para não ficar de fora da festa.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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