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Palmeiras que toma 3 gols do Juventude é má notícia para o Botafogo

Ouvi ontem algumas críticas ao Palmeiras por ter sofrido tantos gols do Juventude, na vitória por 5 a 3. Claro, não adianta ter o melhor ataque do campeonato e a pior defesa. Futebol também é feito de equilíbrio.

Mas adivinha só: o time de Abel Ferreira tem o melhor ataque (três gols a mais que o Botafogo) e a melhor defesa (três gols a menos que o Botafogo).

O sinal que o Alviverde deu ontem e que pode ser positivo, apesar de apontar falhas no seu sistema defensivo, especialmente nas bolas paradas, é o de recuperação. É o da capacidade de não se entregar diante de dois empates seguidos, contra um adversário forte dentro de casa. Vale lembrar que, no Alfredo Jaconi, o Juventude derrotou Botafogo e Flamengo, entre outros placares expressivos.

Claro, o 3x4 contra o clube de John Textor, em 2023, é prova cabal da qualidade a que me refiro. Resiliência, porém, é algo que acaba. Que desgasta. Que esgarça. Cansa correr atrás do resultado.

Talvez a imagem que melhor ilustre esse tópico seja o lance em que Estêvão é perseguido implacavelmente por Jadson. O volante dá dois rapas impiedosos no garoto — pelos quais, aliás, recebeu apenas um cartão amarelo, em apenas um dos erros de uma arbitragem medonha em Caxias do Sul. O primeiro teria sido suficiente para deixar no chão 99% dos jogadores brasileiros. Chama a maca. Para tudo. Grita na cara do juiz pedindo vermelho. Partida paralisada por uma eternidade.

Só que não.

O jovem artilheiro rola e se levanta, correndo atrás da bola com o mesmo vigor de antes, ainda perseguido por Jadson, que novamente usa da violência para derrubá-lo. Esse tipo de atitude não demonstra apenas disposição (saudades de ser jovem, né, minha filha). Demonstra comprometimento. A bola rolando oferece mais chances de vitória do que a bola parada, então sigamos.

Por duas vezes o Palmeiras tomou o empate e, quando finalmente parecia que teria um respiro com o 4 a 2, levou o terceiro do Juventude apenas quatro minutos depois (um golaço de Edson Carioca, diga-se). Um novo empate complicaria demais a caça ao Botafogo. Então, aos 44 do segundo tempo, Raphael Veiga completou seu hat-trick no embate e alcançou a impressionante marca de Edmundo: 99 gols com a camisa do Verdão. Segundo o DataFutebol, ele é o meio-campista com mais tentos no mundo desde 2020: 92.

Quando a porca torceu o rabo, o Alviverde se mostrou vivo. De novo.

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Logo, é bom ser vazado três vezes pelo 14º colocado do campeonato? Claro que não. Mas mostrar que é capaz de se levantar e meter cinco em resposta, bom, isso é coisa de quem vai brigar pelo tri até o último minuto do Brasileirão.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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