O tamanho do 'risco Neymar' e por que alguns ainda querem corrê-lo
Leila Pereira disse em entrevista a mim, para o UOL Esporte, que não cogita Neymar no Palmeiras. O clube, segundo ela, não é departamento médico: só contrata quem está apto a jogar de imediato.
A declaração correu o mundo, literalmente.
Para muitos, a presidente diz o óbvio. Como pagar por um cara que, ao chegar, estará há mais de 14 meses sem atuar? Que, aos 32 anos, está se recuperando da pior lesão da carreira? E por um salário astronômico, que impedirá outras contratações? Já ouvi gente comparando com os 3 milhões de Memphis, no Corinthians, mas até isso seria uma redução monstruosa em relação ao que Neymar fatura hoje, na Arábia Saudita. Sem falar no fator vestiário e no que ele representa extracampo.
Para outros, Leila é irresponsável. Como ousa barrar um dos melhores jogadores do mundo? Fechar as portas para alguém que, mesmo combalido, poderia fazer tanta diferença? Como Adriano no Flamengo ou mesmo Suárez, que praticamente sem joelho levou o Grêmio ao vice-campeonato brasileiro em 2023.
Classificação e jogos
Sim, meio Neymar já faria diferença no futebol brasileiro, com nível técnico bem abaixo do europeu — em que o craque já não brilha há um tempo, diga-se. Mas isso não significa que brincar por aqui seja mais fácil. A logística, o calendário, a arbitragem, os gramados, nada facilita a vida de quem precisa de cuidados.
A questão, como sempre, é: que Neymar é esse que virá ao Brasil (se vier)? E quanto vai custar esse Neymar? E se custar muito e jogar pouco, o pouco que jogar valerá a pena? Se fizer meia-dúzia de gols importantes, se for eficaz nas bolas paradas, se ajudar a vender camisa e assustar adversários, será suficiente?
Como tudo que envolve Neymar, a conta não é simples e todo mundo tem uma opinião. Pouca gente, no entanto, terá dinheiro para bancar essa aposta. E dois dos que teriam — Palmeiras e Botafogo — já disseram "aqui, não".
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