Alicia Klein

Alicia Klein

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Cabeça do meu p**: o que pode significar o descontrole do Botafogo

Ontem, sem torcida na Arena Independência, o pau quebrou entre Atlético-MG e Botafogo. Clima quente pela situação de ambos no Brasileiro e, claro, em antecipação à final da Libertadores, no dia 30.

Em vantagem durante mais da metade do jogo, com a expulsão de Rubens aos 39 minutos, o Glorioso não conseguiu tirar o zero do placar.

Os jogadores do time carioca já pareciam nervosos desde o primeiro tempo. Aos 48 e 51 da etapa final, Barboza tomou dois amarelos e acabou expulso — coisa que não aconteceu com Deyverson, depois de dar uma cotovelada no zagueiro. Antes tivesse acabado aí.

Com o apito final, o argentino saiu em disparada, aparentemente atrás de Lemos, deixando para trás até os seguranças do próprio Botafogo. Hulk, injuriado com um suposto comentário de Luiz Henrique dizendo que o Galo era uma "merda", passou uma descompostura pública no rival, sob o olhar atento das câmeras de transmissão. Alugou até o ouvido de Artur Jorge, lembrando que o atacante deu cinco chutes pela seleção brasileira e que ainda não ganhou "porra nenhuma".

O Pantera Negra, aliás, era um dos mais descontrolados. Um repórter perguntou: "Luiz, Luiz, o que pegou ali?". A resposta: "A cabeça do meu pau".

Talvez sentindo a pressão das vaias à seleção, talvez sentindo a pressão da chegada do Palmeiras (que venceu o Bahia no finalzinho, mesmo atuando mal), talvez sentindo a pressão de jogar uma final de Libertadores, talvez de saco cheio de Deyvinho. O fato é que o jovem craque desmontou: arremessou uma garrafa na direção dos adversários e ainda conseguiu tomar um vermelho com a partida já terminada.

O técnico português, que já precisaria quebrar a cabeça para decidir como enfrentar a reta final do Brasileiro — incluindo o confronto direto com o Alviverde — junto com a decisão continental, agora tem um problema ainda maior. Atletas suspensos, cansados e com o mental claramente fragilizado.

Resta saber se a noite de ontem servirá como vacina, ensinando ao Botafogo que cair na pilha de oponentes cascudos e tentar resolver retranca com chuveirinho não funciona, ou se determinará um desfecho menos glorioso para 2024, oferecendo aos seus rivais o caminho das pedras para desbancá-lo.

Falta pouco para sabermos a resposta

Continua após a publicidade

Siga Alicia Klein no Instagram

Leia todas as colunas da Alicia aqui

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes