PEC do aborto nos obriga a ignorar Renato Gaúcho ameaçando a imprensa
Minha dúvida hoje era se deveria escrever sobre a suposta treta entre Bellingham e Mbappé, a entre Renato Gaúcho e a imprensa ou aquela entre a Mancha Verde e o Palmeiras.
Novamente, o Brasil se impôs sobre o futebol.
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou ontem uma PEC que busca eliminar direitos garantidos às mulheres desde 1940: o direito ao aborto pelo menos em casos de estupro, risco à vida da gestante e anencefalia do feto.
Não satisfeitos em parar o progresso, buscam ativamente o retrocesso. Setenta anos de retrocesso para quem possivelmente gostaria de voltar à Idade Média. Buscam a penumbra, o medo, a morte. Buscam radicalizar ao máximo, para aceitarmos o mínimo.
Sim, estamos falando de mulheres e meninas morrendo. Mulheres e meninas sendo presas. Mulheres e meninas carregando no ventre o filho do seu estuprador ou um feto sem vida.
E, claro, estamos falando de mulheres e meninas pobres. Porque mulheres e meninas ricas seguirão realizando abortos, como sempre ocorreu na história da humanidade.
Este projeto da direita é um projeto de morte. Pouco importa se por ideologia ou como ferramenta de distração política no momento em que se descobre uma absurda trama golpista, trata-se de um projeto de controle do corpo de mulheres e meninas que aceita seu óbito como consequência. Melhor morrer do que abortar, este é o resumo.
Como nas tretas do futebol, ou acabamos com as figuras problemáticas ou elas acabam com a gente. No caso dessa gente que votou contra nós na CCJ, literalmente.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.