Pep Guardiola já teria sido demitido no Brasil?
As últimas cinco semanas do Manchester City parecem saídas dos anos 1970, ou 1980 ou 1990 da história dos Citizens. Dos tempos em que a alegria era voltar à segunda divisão. Aliás, o clube lançou neste ano uma linda camisa comemorativa para lembrar a épica vitória de 30 de maio de 1999, no playoff final da terceira divisão inglesa.
Tempos duros, que torcedores fazem questão de valorizar. Muitos dos mesmos torcedores, aliás, que hoje seguem apoiando Pep Guardiola.
O calvário começou com a derrota por 2 a 1 para o Tottenham, em 30 de outubro. Daí para frente foi só para trás: perdeu do Bornemouth por 2 a 1, tomou 4 a 1 do Sporting, 2 a 1 do Brighton, 4 a 0 do Tottenham dentro de casa, levou o empate do Feyenoord depois de estar vencendo por 3 a 0 e foi derrotado pelo Liverpool por 2 a 0, no último domingo.
O City ocupa apenas a 17a posição na esquisita nova versão da Liga do Campeões, o 5o lugar na Premier League e está fora da Copa da Liga Inglesa.
Classificação e jogos
E Guardiola nisso tudo? Bom, Pep anda um pouco descompensado. Depois do empate com o Feyenoord, no Etihad Stadium, saiu de campo com o rosto e a careca arranhados por ele mesmo, de nervoso. Anda reclamando muito e dando declarações que deixariam orgulhosos seus colegas brasileiros.
Depois de levar o time a conquistar seis vezes o campeonato inglês, duas vezes a FA Cup e, pela primeira vez, a Liga dos Campeões, entre outros títulos, o manager não perdeu a arquibancada. Conversei com um grande amigo, de Manchester, sofredor do City há quase sessenta anos.
"Bom, o Pep precisa que façam uma limpeza no time: De Bruyne, Ederson, Walker, Bernardo, todos querem sair há um tempo e o clube deve deixá-los ir. Gundogan está sem perna, e tem precisado jogar mais que o planejado com a ausência do Rodri. A única opção na frente é o Haaland. Deveríamos ter mantido o Alvarez e precisamos de outro Aguero, alguém que pressione e não fique só esperando as oportunidades caírem do céu. Precisamos também de alguém mais durão no meio de campo, como o Fernandinho, Dejong, Toure etc. Fora isso, está tudo bem."
É, meus amigos, se não está fácil para o torcedor do City, imagina para você. Será que no seu time já estariam pedindo a cabeça do Guardiola? Chamando de burro, professor pardal, covarde, pipoqueiro? Ou estariam só reclamando que não dá para o Haaland jogar sozinho no ataque?
Difícil afirmar, afinal, estabilidade nunca foi o nosso forte. Nunca tivemos um mesmo técnico liderando um elenco desta monta e ganhando tantos títulos por mais de oito anos. E provavelmente nunca teremos.
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