A tentação de tirar Abel Ferreira do Palmeiras pelo noticiário
A segunda metade de dezembro é um período "perigoso" no mundo das notícias esportivas. O campo e bola acabou, jogadores estão de férias, tudo anda meio parado, menos o mercado. É aquele momento, sobre o qual já escrevi, do "é avaliado", "especulado", "sondado", "há interesse", "entrou na mira", "considera-se" e até o idílico "presidente sonha com".
Em tempos mornos, requenta-se até o que mal existe. Gastamos horas debatendo Pogba no Corinthians, por exemplo.
A "notícia" de ontem dava conta da disposição de Abel Ferreira em reduzir significativamente seu salário de cerca de 6 milhões de euros anuais para poder treinar o Sporting, abrindo mão do Super Mundial e do seu compromisso com o Palmeiras.
Pronto, de repente está em cheque a lealdade do português, a habilidade do Alviverde em garantir seus contratos, os planos do clube para o grande torneio de 2025. O que será do ano que vem?
A tentação a que me refiro no título desta coluna é tão compreensível quanto a de gerar barulho com campeonatos parados.
Com quatro anos no emprego, Abel é quase uma aberração. Vai mesmo ficar mais uma temporada? Não chegou a hora de mudar? Ainda há motivação? O sonho de voltar à Europa por cima finalmente pesou mais do que o trato com o Palmeiras? Quem poderia substituí-lo? Leila tem cacife para mantê-lo até 2027, último ano do seu novo mandato?
Tendo se tornado o maior treinador da história de um clube tão vencedor, sua saída constituiria de fato uma imensa notícia. Quem não gostaria de ser o primeiro a dá-la? Poder dizer, ainda que se referindo a períodos de pura fumaça, "eu não falei?"
Até onde se sabe, a intenção de Abel é disputar o Super Mundial e buscar exposição por meio de uma boa campanha com o clube que comanda hoje. O resto é só especulação. E se preparem, afinal especulação também é o nosso esporte.
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