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O que Rony, Zé Rafael e Vitor Reis ensinam sobre amor e rejeição no futebol

Nesta época do ano, em que o mercado da bola ainda é o grande destaque do noticiário, falamos muito de quem quer quem, e menos de quem não faz mais questão de quem. A rejeição talvez me pareça um assunto natural nesta volta de férias, em que meu corpo e minha mente só queriam estar ainda na Bahia, manifestando claro repúdio ao primeiro dia de trabalho de volta a esta Brasília cinzenta.

Meu ponto sobre a hora do troca-troca de jogadores é a delicada diferença entre "o clube não quer mais" e "o clube aceita negociar". Também há os casos em que o próprio atleta deseja sair, buscar mais espaço, outros ares. Mas há sempre um pequeno constrangimento na seara do "aceitam-se propostas". Afinal, se fizesse questão, a instituição fecharia completamente as portas.

O Palmeiras oferece bons exemplos atuais.

Rony quer sair e o clube "não se opõe". O problema é achar quem queira bancar o salário milionário do atacante de 29 anos. As negociações com o Fluminense não avançaram e, por ora, seus vencimentos seguirão sendo problema de Leila Pereira.

Segundo apurei, o caso de Zé Rafael é diferente. O Palmeiras nunca quis que ele saísse. Mas se a proposta certa aparecer, o cenário pode mudar. O Santos tentou levá-lo, e não conseguiu convencer nem o próprio meia. Por ora, ele fica onde quer estar.

Vitor Reis representa um terceiro caso. O zagueiro era praticamente intocável, totalmente nos planos do Alviverde, grande revelação da base, fundamental no elenco de Abel Ferreira. Aí aparece o Manchester City oferecendo até 40 milhões de euros e a coisa muda de figura. Porque tem gente que não sabe brincar. Gente que nunca foi assustada por um valor. O garoto quer ir, logicamente, e agora a conversa deve girar em torno de quando — o clube deseja mantê-lo até o Super Mundial, no meio do ano, quando já sabe que perderá Estêvão.

Tem quem queira ir e não vai porque ninguém mais quer. Tem quem queria ficar e vai ser aceito porque não apareceu nada melhor. E tem quem seja muito desejado, mas vai mesmo assim porque tem quem possa mais.

Só não tem mais Bahia para quem tem boleto a pagar e não nasceu herdeira. O mundo é mesmo injusto.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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