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Transmissão da convocação mostra o que esperar de Globo e Casimiro na Copa
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A transmissão da convocação dos 26 jogadores que vão representar o Brasil na Copa do Mundo deu o tom do que o público poderá esperar da Globo e de Casimiro quando o evento começar oficialmente no dia 20 de novembro.
Na Globo, prevaleceu o formato da TV aberta, sempre muito tradicional, usando a força da emissora com seus repórteres espalhados em várias partes do mundo. Galvão Bueno foi mais uma vez o grande nome da transmissão, acompanhado de Ana Thais Matos e Júnior, seus companheiros nos jogos do Brasil a partir do dia 24 na emissora.
O modelo de transmissão da convocação seguiu uma lógica já conhecida, com pouco espaço para a entrevista coletiva do técnico Tite após a leitura dos nomes dos convocados, e mais análises dos comentaristas e vídeos dos jogadores da seleção.
Exceto, claro, quando as perguntas eram feitas por repórteres da própria Globo. Uma indagação de André Hernan, ex-global que agora atua na cobertura da LiveMode com o streamer Casimiro Miguel, chegou a ser cortada no ar por Galvão, que chamou um giro de repórteres na sequência.
Quem queria ver a entrevista inteira precisou recorrer ao SporTV, do mesmo grupo, na TV paga, ou à live do próprio Casimiro, além dos canais na internet que retransmitiram a CBF TV.
A Copa do Mundo que será vista na TV Globo em 2022 terá algumas novidades importantes e históricas, como a participação de Renata Silveira como a primeira mulher a narrar uma edição deste evento na TV aberta, a presença de Ana Thais no time fixo de comentaristas dos jogos do Brasil, uma maior integração entre profissionais do canal, do SporTV e do site "Ge". Mas dificilmente fugirá do modelo que caracteriza a Globo há décadas, uma receita que deu e ainda dá muito certo com o público mais tradicional.
Assim como acompanhar a cobertura da TV Globo era fundamental neste dia de convocação, também era importante ver o desempenho da live de Casimiro na Twitch. O streamer anunciou na semana passada um acordo com a Fifa, por meio da empresa LiveMode, para transmitir 22 jogos ao vivo da Copa do Mundo na internet.
Casimiro é o único caso que vai furar a exclusividade global nesta edição de Mundial no Brasil, evitando que acontecesse o mesmo que em 2002, quando apenas a Globo e o SporTV transmitiram a conquista do pentacampeonato ao vivo. Não havia a internet com a força que tem hoje, tampouco se ouvia falar em "streaming".
Mesmo com a proliferação de links com as transmissões diversas da coletiva de Tite, Casimiro mostrou força e chegou a alcançar 140 mil pessoas vendo simultaneamente a sua live hoje.
Se o sucesso começou fazendo essas transmissões em sua própria casa, reagindo a vídeos da internet, interagindo com o público e usando as várias horas seguidas de streaming com quadros como "gols da rodada", atualmente a operação é claramente maior.
Casimiro não tem - e obviamente nem deve ter expectativa disso - o tamanho e a estrutura de uma Globo, mas contou com repórteres como André Hernan e Alexandre Oliveira, ambos ex-globais, e teve ainda Jackson Pinheiro, ex-Fox Sports, segurando muito tempo a live com um "fala povo", ouvindo as pessoas nas ruas sobre a convocação de Tite.
Essa operação não é novidade para quem acompanhou as transmissões do Paulistão no YouTube, que também tiveram Jackson fazendo essa função dentro dos estádios. Tampouco chega a ser surpresa, uma vez que a LiveMode também trabalhou na produção do estadual de São Paulo em 2022, além de ser a empresa responsável pela venda dos direitos de transmissão da competição.
A live de Casimiro conseguiu entrevistar ao vivo alguns dos convocados, como Gabriel Jesus, Lucas Paquetá, Bruno Guimarães, Alex Telles e o goleiro Weverton. Além do streamer, esteve no comando também o narrador Luis Felipe Freitas, ex-TNT Sports, que vai narrar os jogos nessas lives.
Casimiro tem uma linguagem totalmente diferente da TV aberta. Fala com jovens, usa palavrões, não tem o peso da mídia tradicional. Não estará "em campo" para concorrer por audiência, mesmo porque são públicos também distintos. Quem vê na Globo dificilmente troca por uma live na internet, com todo o delay que esse tipo de transmissão carrega.
Mas não se pode esquecer de um fator importante: a Copa do Mundo não será feita apenas de jogos do Brasil com o país parando para ver. Serão várias partidas, em média, quatro por dia na fase de grupos, em horários nos quais as pessoas estarão ocupadas trabalhando, estudando, ou fora de casa por motivos diversos.
Longe da TV, a opção será a internet. Se esta mídia já estava garantida com as transmissões do Globoplay, agora há um concorrente forte pela audiência digital com um jogo por dia, que deverá ser sempre o mais "midiático". E esse concorrente mostrou ser capaz de mobilizar uma estrutura digna de acordo com o evento. Vai valer a pena ver a Copa na Globo e no Casimiro para constatar tudo isso no dia a dia.
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