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Transmissão de Leifert cumpre papel, mas Globo precisa melhorar no digital
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Anunciada como uma das grandes novidades do Grupo Globo na Copa do Mundo de 2022, a transmissão alternativa com narração de Tiago Leifert no Globoplay e também no canal pago sportv2 se propõe a ter um olhar diferente para os 22 jogos do Mundial que estão sendo exibidos desde o dia 20 de novembro e seguirão até a final, em 18 de dezembro.
O time montado para dar apoio ao apresentador é bem diversificado. Como comentaristas do jogo em si, foram contratados o polêmico técnico Lisca "Doido" e o analista de desempenho Thomaz Freitas. Fernanda Colombo, da Central do Apito, foi escalada para acompanhar todos os jogos de Leifert.
Quando se coloca um treinador e um analista no ar, a ideia de cara é ter até uma pegada mais aprofundada do que rola em campo do que a TV aberta entrega para públicos tão amplos e diversos.
As transmissões contam com pré-jogo de uma hora e participações de convidados também. No jogo que a coluna acompanhou, hoje, entre Irã e Estados Unidos, a escolhida foi Babi Passos, jogadora, streamer e influenciadora da Loud, muito popular no meio gamer e torcedora do Cruzeiro. Sem experiência na função de comentarista de futebol, pode-se dizer que foi bem no papel.
Embora o trabalho não esteja repercutindo como o de Casimiro Miguel na CazéTV, que bateu recordes de audiência no YouTube com jogos da Copa do Mundo, as transmissões de Leifert cumprem o seu papel. Mas é exatamente essa diferença de repercussão que precisa ser melhorada pela Globo.
A maior emissora do país está inegavelmente investindo na internet. O Globoplay tem produções próprias aos montes, ganhou até novela inédita com nível de "novela das nove", a atualmente no ar "Todas as Flores". O foco no digital busca fortalecer a empresa em tempos nos quais o mercado de mídia aposta cada vez mais no streaming.
Se a concorrência na TV aberta não foi capaz de ameaçar a liderança da Globo, no digital a situação é mais complicada quando se compete com gigantes como Google, Amazon, Disney e WarnerBros Discovery.
A Globo poderia ter tido nas transmissões de Leifert um diferencial muito mais falado se não tivesse perdido a exclusividade digital da Copa do Mundo após renegociação do contrato com a Fifa. Quando viu surgir a parceria entre Fifa e LiveMode para a produção de transmissões para Casimiro, já era tarde para mudar muita coisa.
Embora não divulgue os números exatos das audiências obtidas no digital, a Globo sabe que é muito difícil concorrer com o YouTube, uma plataforma gigante de vídeos com quase duas décadas de sucesso mundial e mais experiência em lives. Por que não usar, então, a força da TV aberta, que alcança muito mais gente, para "emprestar" um pouco dessa potência ao trabalho de Leifert?
Quem vê a Copa na Globo até confere algumas chamadas das transmissões alternativas, mas o esforço poderia ser muito maior. No geral, o trabalho de Leifert e sua equipe é bom. Poderia repercutir bem mais, a equipe que está no ar merece.
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