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Fifa cria um Mundial de Clubes muito melhor para a TV. Mas vai dar certo?
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O novo formato do Mundial de Clubes da Fifa com 32 times e "regulamento de Copa do Mundo" é inegavelmente melhor para a televisão. Não há comparação possível com o modelo atual, que há pouco mais de um mês mostrou o quanto é ruim depois de Grupo Globo e CazéTV depositarem suas fichas em uma final Flamengo x Real Madrid e acabarem vendo o sonho morrer com a eliminação rubro-negra na semifinal diante do Al-Hilal.
A edição de 2020, com o Palmeiras caindo contra o Tigres do México na mesma fase, já tinha servido para a Globo olhar com menos entusiasmo para o torneio, tanto que acabou perdendo os direitos da temporada seguinte para a Band, que transmitiu o mesmo Verdão finalista contra o Chelsea em um jogo que segurou por seis meses o recorde de audiência do futebol na TV aberta de São Paulo em 2022.
Agora a coisa muda de figura. Para começo de conversa, fazendo apenas o recorte para a nossa televisão, o "super" Mundial de Clubes da Fifa já é um produto enorme que a entidade terá para vender ao nosso mercado. Já foram confirmadas na primeira edição, em 2025, as participações dos campeões da Libertadores de 2021 a 2024, o que garante Palmeiras e Flamengo no torneio. Só aí há motivo suficiente para que as emissoras e serviços de streaming cresçam os olhos sobre a nova competição.
Ainda há a possibilidade de mais brasileiros fazerem parte do Mundial de Clubes renovado, mas eles precisarão garantir as vagas sendo campeões da Libertadores nos próximos dois anos. Como a Conmebol terá seis vagas na competição, dois postos serão definidos com base em seu ranking de clubes.
Se Palmeiras e Flamengo voltarem a conquistar a América do Sul, o ranking definirá mais uma ou duas vagas. E, nesse caso, como apurou a coluna de Rodrigo Mattos, clubes brasileiros não poderiam entrar nesse critério, já que a Fifa veta a presença de mais de dois times do mesmo país com ajuda do ranking.
Passando para a Europa, que chegará sempre como favorita absoluta a "papar" todos os títulos desse novo formato, como já vem fazendo desde 2013 no modelo atual, serão 12 equipes representando a Uefa. É um número bastante elevado, mas que certamente vai garantir a presença de muitos clubes e camisas pesadas para a mídia mundial, o que certamente respingará também nos direitos de transmissão vendidos para o Brasil.
A comparação é até risível: você prefere comprar os direitos de um torneio no qual o Flamengo pega o Al-Hilal correndo risco de cair fora já na estreia, ou uma competição que tenha o Rubro-Negro até enfrentando esse mesmo time, mas também pegando um europeu na fase de grupos, como um Liverpool da vida?
Mas resta saber se o projeto da Fifa vai emplacar. Questões de calendário, humor dos europeus oscilando de acordo com as receitas que forem prometidas pela entidade, que terá que tornar o torneio muito atraente financeiramente, tudo isso afeta o futuro deste novo Mundial de Clubes. A aprovação da Uefa foi um grande passo, mas podemos confiar que tudo caminhará do jeito otimista que a Fifa anuncia?
Independentemente da opinião de cada pessoa, que pode ou não gostar de um torneio que tem tudo para virar uma "Champions League da Fifa" nas fases finais, o fato é que a TV vai ter um produto muito mais interessante e menos arriscado. Afinal, se Palmeiras e Flamengo caírem fora cedo, ainda haverá uma série de clássicos europeus prováveis nas quartas de final em diante. O campeonato não "morre" com um Bayern de Munique x Tigres, como foi na edição de 2020 no Brasil, jogo que a Globo relegou ao sportv na TV paga.
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