Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Demissão de Benja no SBT é novo exemplo de TV que não pode mais pagar caro
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A demissão de Benjamin Back no SBT é o mais novo exemplo de uma nova era da televisão que não comporta mais grandes salários em seus investimentos na grade de programação. É até chocante, pois Benja sempre foi visto no mercado como alguém que atrai anunciantes, faz muitas ações de merchandising, e mesmo assim a emissora optou pela sua saída. A notícia pegou praticamente toda a equipe esportiva de surpresa, como apurou a coluna.
O SBT confirmou ao UOL a saída de Benja com a alegação de "reestruturação de custos". Para bom entendedor, meia palavra basta. O apresentador foi cortado porque o canal de Silvio Santos entendeu que precisa gastar menos com o programa "Arena SBT", que ele comandava nas noites de segunda-feira.
Se o programa tivesse sido encerrado, teríamos um cenário mais catastrófico ainda, mas o SBT informa que a atração seguirá no ar com outro apresentador, que será o narrador Téo José. Ou seja, o espaço dado ao esporte não diminuiu.
A questão é que o contrato de Benja foi acertado em um contexto diferente em 2020, quando a Libertadores era o carro-chefe da programação esportiva do canal e trazia muito dinheiro em cotas de publicidade.
O corte de Benja se soma a outras demissões promovidas pelo SBT neste ano, como as da apresentadora Domitila Becker, da repórter Fernanda Arantes, do chefe de reportagem Rogério Olmo e do editor Zeca Maranton, além da saída também do ex-diretor do esporte, Luciano Callegari Jr. Assim como agora, a coluna já apurava que a perda da Libertadores (e suas cotas publicitárias) era o motivo dos cortes.
Mas isso não deve ser visto como um movimento isolado de uma emissora que perdeu seu principal produto esportivo para a temporada de 2023. Se a saída da Libertadores provocou a contenção de custos no SBT, que em seu lugar tem hoje a menos atrativa Copa Sul-Americana, vale lembrar que a emissora que venceu a concorrência pelos direitos de transmissão da principal competição da Conmebol também está promovendo cortes de profissionais.
A Globo, que retomou a Libertadores após três anos, demitiu nomes como Cleber Machado, Jota Júnior, Maurício Noriega, Régis Rösing, acabou com a "Central do Apito", e vem lidando com uma reestruturação de custos em toda a empresa. A área do Esporte não saiu ilesa e vem sendo notícia pelos cortes.
Ou seja, o movimento é claro: as emissoras não comportam mais o modelo antigo de TV no Brasil que era baseado em grandes quantias para a manutenção de profissionais de peso no mercado.
Para alguns desses nomes, porém, a boa notícia é que a TV também não é mais a única (ou uma das únicas) forma(s) de seguir uma carreira bem-sucedida. A tomar pelo exemplo de Cleber Machado, que após sua saída da Globo já fechou com o Amazon Prime Video e fez as finais do Paulistão na Record.
O mundo do esporte hoje mudou e tem diversas possibilidades na televisão aberta, paga, no streaming, e um público cada vez mais se acostumando a consumir informação e opinião em plataformas diferentes.
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