Allan Simon

Allan Simon

Siga nas redes
OpiniãoEsporte

Seleção feminina tem ótimos números na Globo e CazéTV, mas agora vive drama

A Copa do Mundo Feminina de 2023 é uma realidade positiva para o mercado de mídia esportiva no Brasil. Mais uma vez, a seleção brasileira gerou bons números à TV Globo, que marcou na derrota contra a França a sua melhor audiência no PNT para um sábado às 7h desde 2008, com 16 pontos de média.

A seleção brasileira também fez a CazéTV quebrar seu próprio recorde mundial de audiência simultânea com futebol feminino no YouTube, agora com pico de mais de 1,2 milhão de aparelhos conectados ao mesmo tempo na plataforma. Na TV paga, o sportv liderou entre todos os canais desta mídia novamente.

O sucesso é inquestionável, e a Copa é um produto vitorioso. Os canais da Globo já alcançaram quase 41 milhões de espectadores diferentes no acumulado dos dois jogos do Brasil.

Mas agora há um drama pela frente. Se fora do campo os resultados de sábado passado foram lindos, dentro dele a derrota para a França colocou o Brasil em uma situação complicada para a continuidade na Copa do Mundo. Com os três pontos conquistados na estreia com a goleada diante do Panamá, o time de Pia Sundhage chegará com a obrigação de vencer a Jamaica nesta quarta-feira (2) para seguir no torneio.

Na prática, o mata-mata foi antecipado e até mesmo o empate significará o fim do sonho do título inédito ainda no terceiro jogo de uma edição que tem tudo para ser histórica. Apesar de neste ano haver o compromisso de que a TV Globo vai seguir exibindo pelo menos uma partida por fase do Mundial até a grande final, o horário ruim da competição na Oceania vai impedir grandes números sem o Brasil em campo.

E aí é uma questão cultural, não importa se é futebol feminino ou qualquer outro esporte. Brasileiro gosta de torcer para o Brasil. Assim como a histórica final - a melhor de todos os tempos? - entre França e Argentina na Copa do Mundo de 2022 marcou média de 35 pontos em São Paulo, praça na qual os jogos da seleção brasileira sempre ficavam na faixa dos 50 pontos no Ibope. Ou seja, 15 pontos se perderam pelo caminho.

É fato que o alcance da TV Globo e o tamanho da população brasileira poderão alçar de novo o nosso país ao patamar de maior audiência de uma final de Copa do Mundo Feminina mesmo sem a nossa seleção. Mas, convenhamos, nada se compara à chance de ver o Brasil avançar e ampliar cada vez mais os dados de audiência na TV aberta, internet e TV paga. O crescimento do Mundial em nosso país precisa desta vitória amanhã.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes