Allan Simon

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Transmissão da Globo adota tom crítico e com cobranças após queda do Brasil

A eliminação do Brasil na Copa do Mundo Feminina ainda na fase de grupos, algo que não ocorria desde 1995, foi recebida com tom crítico e cobranças ao trabalho da seleção na transmissão da TV Globo, diferente de tempos passados, principalmente em Olimpíadas, quando as quedas eram mais atribuídas à falta de estrutura e apoio à modalidade.

Sinal claro da evolução que o esporte teve, apesar de os resultados em campo não estarem acompanhando. Por isso mesmo, cobranças agora serão mais intensas. Principalmente quando o Brasil não consegue vencer uma seleção que era considerada como tecnicamente inferior.

O empate sem gols com a Jamaica hoje teve narração de Renata Silveira e comentários de Ana Thais Matos e Caio Ribeiro na TV Globo.

Já durante a partida, quando a seleção brasileira apresentava um futebol muito pobre e sem criatividade, com dificuldades para criar chances de fazer o gol necessário para a classificação, os comentários demonstravam descontentamento. A demora de Pia Sundhage para fazer alterações no time no segundo tempo foi bastante criticada especialmente por Caio.

Com o apito final e a confirmação da queda na primeira fase, a narradora Renata Silveira definiu a situação em uma frase: "O Brasil de forma inacreditável se despede da Copa do Mundo". A narradora fez uma contraposição entre as imagens da comemoração das jamaicanas, que fizeram "história", e o choro das brasileiras, que definiu como "decepção".

Vale a citação de que durante o jogo todo a narração de Renata Silveira não ficou, como era comum na mídia esportiva brasileira, tentando vender uma realidade que não existia. A locutora apontava os problemas do time em campo, a falta de ação e criatividade, entre outros dos vários pontos que não funcionaram na seleção hoje. Assim também eram os comentários de Ana Thais Matos desde o primeiro tempo.

Depois do jogo, Ana Thais lembrou que acompanhou com a Globo todo o ciclo de trabalho da seleção brasileira desde a Copa de 2019. "É muito decepcionante por todo o investimento que o Brasil teve nos últimos anos no futebol feminino", disse a comentarista, que fez críticas a Pia Sundhage e questionou se o futuro do trabalho será com uma comissão "que detém todo o poder" ou se haverá alguém acompanhando o trabalho.

A jornalista lembrou que a equipe também teve uma participação ruim nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, quando caiu nas quartas de final "também com escolhas ruins da treinadora", como Ana Thais definiu.

"A história da seleção brasileira em Copas do Mundo é gigante, nenhum treinador é maior que a seleção brasileira", disse ainda a comentarista.

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Caio Ribeiro definiu a eliminação como "frustração" e "decepção". Disse que Pia foi "muito infeliz nas suas escolhas", que a seleção foi "extremamente pragmática" e que "falta um plano de ação, faltam ideias novas", analisando ainda que as jogadoras em campo "fizeram um jogo muito abaixo".

O futebol feminino evoluiu. A audiência aumentou. A cobrança, por consequência, também será maior. Foi o que vimos hoje na transmissão da Globo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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