Allan Simon

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Por que a câmera de Palmeiras x Atlético ficou tão estranha na Libertadores

As reações de torcedores ao ângulo da câmera principal da transmissão de Palmeiras x Atlético-MG, jogo válido pela volta das oitavas de final da Libertadores 2023 no Allianz Parque, foram de estranheza com a altura e a posição mais aberta em relação ao gramado. E não é por acaso, já que o estádio palmeirense sempre teve jogos exibidos em diferentes plataformas e emissora sempre com um plano principal mais baixo.

Por questões técnicas ainda não explicadas, a Conmebol, que é responsável por toda a geração de imagens da Libertadores e distribuição para os detentores (Globo e Paramount+, no caso do jogo de hoje no Allianz Parque, mas também para a ESPN nos jogos dela), colocou a câmera em uma altura que remete às cabines de rádio e televisão da arena. Quem cobre jogo ali com frequência reconheceu a "visão".

Na Libertadores, o posicionamento das câmeras é definido em regulamento e precisa seguir um padrão. Na fase preliminar, o plano é montado com base em 11 câmeras, subindo para 15 na fase de grupos, e chegando a 20 no mata-mata. Inclusive as posições de cada câmera são detalhadas.

Mas no caso da "câmera 1", que é o principal ângulo da transmissão, a descrição da Conmebol em regulamento é um pouco vaga. "Esta câmera deve ser colocada no suporte principal, situado exatamente, e sem exceções, na linha central do campo de jogo, coberta e afastada do sol. É utilizada para proporcionar a cobertura principal do jogo", diz o texto.

Há, ainda, um aviso: "O descumprimento da posição da câmera 1 poderá resultar na abertura de processo disciplinar". Não parece ser o caso da câmera de hoje, que estava na linha central do campo de jogo, provavelmente coberta e obviamente afastada do sol, uma vez que o jogo é noturno.

O ângulo mais baixo em relação ao campo foi usado nos demais jogos do Palmeiras nesta Libertadores. É também utilizado pela Globo na geração de imagens do Brasileirão e da Copa do Brasil, e pela FPF no Paulistão. Esse plano mais aberto não apareceu sequer em jogos da seleção brasileira no Allianz Parque até hoje.

Mas a situação envolvendo a geração de imagens da Conmebol não é inédita em São Paulo. Há quatro anos, na Copa Sul-Americana, aconteceu algo parecido com Corinthians x Racing. Aquela edição de 2019 foi a primeira com o atual modelo de transmissões centralizadas na entidade. O jogo foi transmitido com uma câmera principal posicionada no alto do estádio, provavelmente no nível também das cabines.

Na época, a ocorrência com a posição da câmera também despertou estranheza e memes lembrando jogos de videogame.

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Durante a transmissão de hoje na TV Globo, o narrador Luis Roberto explicou que a geração de imagens é de responsabilidade da Conmebol e que o ângulo da câmera principal não estava no mesmo lugar de costume para o telespectador. A emissora não poderia ter feito nada com relação a isso.

Pelo regulamento da Libertadores, as emissoras detentoras de direitos de transmissão só podem solicitar o uso de uma câmera ao vivo dentro do campo, posicionada atrás do gol, sendo proibido o uso para aparição de repórteres, apenas para tomada de imagens do jogo.

A câmera exclusiva deve ser sinalizada como tal usando o padrão gráfico da transmissão da Conmebol, e foi exatamente o que a TV Globo fez hoje ainda antes do início da partida, quando um dos árbitros-assistentes passou mal e foi atendido por médicos.

Reportagem

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