Cleber Machado exalta volta a Wembley e diz que Champions o atraiu ao SBT

Em entrevista à coluna, Cleber Machado exaltou sua volta a Wembley, onde narrou a final alemã entre Bayern de Munique e o próprio Borussia Dortmund na Champions League em 2013, ainda pela TV Globo. E disse que a competição foi um dos atrativos para a sua escolha pelo SBT para o novo momento que vive na carreira após mais de três décadas na Globo.

Confira as principais declarações do narrador na entrevista, que foi gravada na véspera do embarque de Cleber Machado a Londres:

Champions o atraiu a fechar com o SBT

"(A Champions) foi uma das atrações para a gente conversar e acertar com o SBT. O SBT tinha a Libertadores, começou a fazer a Sul-Americana, e a Sul-Americana, para a nossa sorte, tem bons times brasileiros disputando a competição. E claro que você ter um campeonato que dura o ano inteiro e você ter a Liga dos Campeões, que é de fato o maior campeonato interclubes do mundo. E não é em termos de comparação com Libertadores ou Sul-Americana, não é essa a questão. São os jogadores que atuam por lá. Daqui a pouco vai ter a Eurocopa, a Copa América, e você vai ver a maioria dos jogadores que atuam na Liga dos Campeões participando desses torneios. Porque cada time é praticamente uma seleção internacional, são elencos compostos por jogadores de seleções nacionais de grande nível. Então foi uma atração, foi um bom motivo para fechar".

Reencontro com a Champions no SBT

"Nós fizemos alguns jogos esse ano muito legais. O City x Real Madrid, que foi aquele primeiro jogo que empatou em 3 a 3, foi um jogo sensacional. A última partida do PSG contra o Borussia, que o Borussia se classificou, foi um belo jogo. O futebol europeu tem mesmo um nível muito agradável para quem gosta de futebol. Hoje a gente tem muitas comunidades, torcedores espalhados pelo mundo inteiro, inclusive aqui no Brasil, que são torcedores do Real e do Borussia. No meu Instagram tem um rapaz, acho que é André o nome dele, que é fanático pelo Borussia, ele passa informação do Borussia, ele acompanha o dia a dia do Borussia. Então você tem gente que gosta mesmo dos clubes. Mas quem gosta de futebol não deve perder a oportunidade de ver um super jogo."

Volta a Wembley em mais uma final de Champions

"É um negócio sensacional, é um estádio daqueles que você entra e fica meio assim, olhando, pensando "pô, nós estamos em Wembley", é muito bom. Acho que é a oitava final (considerando o estádio antigo e o novo, reconstruído no começo do século). É o estádio que mais recebeu jogos de Liga dos Campeões, é um templo. Na hora que você está chegando em Wembley tem uma estátua do Bobby Moore, que foi o capitão da seleção inglesa na Copa de 1966 quando a Inglaterra foi campeã. É todo um ambiente muito legal, tem uma alameda que chega no estádio com barraquinhas, com camisas, com objetos ligados à final. E a presença de duas torcidas que não são da Inglaterra, como foi aquela que eu fiz que era Bayern x Borussia, você vai ter ainda um público diferente, o público inglês, o público alemão e o público espanhol. Acho que tem tudo para ser um super jogo, um super sábado".

Real x Dortmund é o novo City x Inter em favoritismo?

"Teoricamente, só teoricamente, você tem neste ano uma diferença um pouco maior entre os dois times (em comparação a Manchester City x Inter de Milão, final do ano passado). Eu acho que o City é o melhor time do mundo, inclusive comparado ao Real Madrid, é o time que eu mais gosto de ver, é o time que joga o futebol que mais me agrada, e é um time que tem resultado. Não é à toa que os caras foram campeões da Liga dos Campeões no ano passado, são tetracampeões ingleses. Mas a Inter de Milão, campeã italiana, tem camisa, tem tradição, tem um futebol muito definido em relação ao seu estilo de jogar. Então eu achei que a final do ano passado, ao mesmo tempo em que eu acho que a diferença esse ano entre Real e Borussia é um pouco maior que a do ano passado, eu achei que o City iria ganhar com mais facilidade do que ganhou.

O City ganhou de 1 a 0, e o City quando precisou deu bico na bola. Jogou o jogo dele, tentou impor o ritmo dele, mas quando percebeu que estava difícil fazer gol, que estava difícil passar pela marcação da Inter, e que a Inter não ficou satisfeita em estar na final e jogar fechadinha, como a gente costuma dizer que é a tradição do futebol italiano, aí você viu o City jogando um pouco diferente do que ele joga. Ele competiu. E isso eu acho que é um elogio ao City, você tem aquele estilo de jogar, se aquele estilo não está dando certo, 'vamos mudar, vamos competir, e se precisar dar bico na bola a gente dá'.

O que eu acho sobre esse ano é que o Borussia tem uma forma de jogar, tem toda a competência do futebol alemão (...), é um futebol muito forte, muito acostumado a grandes decisões. E tem hoje o que eu imagino ser o segundo time alemão com mais camisa, talvez só perca para o Bayern de Munique. E, ao mesmo tempo, o Real Madrid, que é um time de estrelas, que é um time consagrado, que é sinônimo dessa liga, tem uma outra vantagem que eu acho sensacional. O técnico do Real Madrid, o (Carlo) Ancelotti, ele tem como grande mérito, além de todos os outros que ele tem, (o fato de que) ele sabe usar os jogadores dele do jeito que esses jogadores rendem mais."

"Esse raciocínio prático que ele tem, eu acho que mesmo com favoritismo grande, tira do Real Madrid o 'salto alto'. Mantém o Real Madrid com competição, sabendo que o adversário é forte e que um jogo de futebol muda de uma bola que bate na trave e entra para uma bola que bate na trave e sai. Por isso eu acho que vai ser uma final bem competitiva, com os dois times trabalhando muito na sua característica, mas também em função do outro."

Experiências e momento atual no SBT

"Está muito legal. Eles são uma emissora muito simpática, muito agradável, de um ambiente muito bom. É até fisicamente um ambiente diferente, são grandes estúdios porque tem muitos programas de auditório. É chique, tem camarim se você quiser ficar quando chega. É um momento interessante que ainda demanda muito tempo, muito trabalho, muita persistência, muita insistência, pesquisa, mudança no que você está fazendo. Eu acho que é um momento em que está todo mundo muito vivo, aceso para fazer alguma coisa.

O programa de segunda-feira, o 'Arena' (SBT), tem semana que vai muito bem, a gente às vezes até consegue fazer um segundo lugar no horário. É um horário difícil de audiência, é outro mundo de audiência, outros números, outro tipo de briga, o que acaba sendo estimulante também (...). É como você disputar um grande jogo, você está sempre quente. Está sendo bacana, está sendo legal.

A renovação da Liga dos Campeões para mais três temporadas foi muito bom, a Copa Sul-Americana tem sido muito legal, essa movimentação da rede para tentar melhorar, crescer, mostrar que está se mexendo, é tudo muito bom. Demanda tempo, tem sido bacana. E outra coisa que me fez escolher era uma impressão, que hoje não é só impressão, é quase uma certeza, mesmo, de que o esporte faz parte do plano (da emissora). Que os jogos, que eventos fazem parte da ideia de ter uma televisão mais eclética, mais aberta, com mais atrações. E isso para nós é muito bacana."