'Conversa com Bial' terá duas edições com campeões nos 30 anos do tetra
O programa 'Conversa com Bial' terá um especial dividido em duas edições sobre os 30 anos da conquista do tetracampeonato mundial de futebol pela seleção brasileira na Copa do Mundo de 1994, realizada nos Estados Unidos. Os ex-jogadores Ricardo Rocha, Mauro Silva e Cafu serão os convidados de Pedro Bial na atração, que vai ao ar pelo canal GNT, na TV paga, e pela TV Globo, após o 'Jornal da Globo'.
De acordo com apuração da coluna, Ricardo Rocha, que se machucou ainda no primeiro jogo da campanha, contra a Rússia, falou com muito carinho sobre uma lembrança que ele carregou ainda das eliminatórias sul-americanas no ano anterior, quando o Brasil perdeu uma partida pela primeira vez na história dessa competição classificatória, diante da Bolívia fora de casa, e voltou a jogar contra os bolivianos em Recife.
"Em 1983 jogava no Santa Cruz [...] e, dez anos depois, em 1993 estávamos no vestiário, quando fui jogar em Recife com a seleção, com a torcida lá fora [...]. Chico José, que narrou o jogo, nos ajudou muito. Eu pedi a ajuda dele, e chamei algumas pessoas da imprensa, e disse 'a gente precisa da ajuda de vocês' [...] Estávamos sendo vaiados em São Paulo, em Minas Gerais, todos pedindo a volta do Telê [Santana]. Naquele ano, quando cheguei em Recife, na minha terra, pensei 'estou em casa'. O jogo foi no mesmo estádio onde fui criado, no Arruda [...]. Chamei alguns jogadores e falei 'gente, vamos entrar de mãos dadas?', e eles disseram 'vamos! aqui é a sua casa'. Vou ser sincero, na minha vida tenho grandes momentos que são importantes, mas este está marcado para até o final da minha vida", contou Ricardo Rocha.
O gesto de entrar em campo de mãos dados virou a marca registrada da seleção brasileira naquela época, repetido nos anos seguintes e na campanha vitoriosa da Copa de 1994. A vitória contra a Bolívia por 6 a 0 em Recife engatou a campanha que garantiria a vaga no último jogo contra o Uruguai, no Maracanã.
Ricardo Rocha também lembrou do dia da estreia na Copa, quando saiu lesionado. "Foi bastante dolorido, eu estava com o Márcio Santos no quarto, deixei ele dormir, e fui para o banheiro [...], liguei o chuveiro pra ele não escutar e desabei sozinho [...]. Sabia que aquela era a minha última Copa do Mundo, eu já tinha quase 32 anos [...] Chorei muito [...]. O médico disse que eu precisava de três semanas, mas em três semanas a Copa já teria acabado", disse.
Cafu ainda comentou que "mesmo sem jogar, Ricardo [Rocha] foi muito importante para a união do grupo". O ex-lateral, que entrou na final para substituir Jorginho, também falou de suas lembranças. "Jorginho era um ídolo; um professor [...]. Eu estava ali, sempre preparado para entrar [...], me sentia preparado para aquela final", afirmou.
Mauro Silva, por sua vez, comentou o estilo de jogo daquela seleção, que tinha Carlos Alberto Parreira como treinador e Zagallo como coordenador. "Acho que foi um momento de evolução do futebol brasileiro [...], porque a nossa escola foi tradicionalmente ofensiva, sempre se deu valor a quem fez o gol, a quem fez o passe para o gol [...], mas o futebol em si, de alto nível, é atacar e defender com a máxima eficiência. Então, para mim, foi uma evolução na discussão de valorizar quem ataca e quem defende [...], uma evolução no conceito de avaliar futebol", disse.
O 'Conversa com Bial' também fica disponível em podcast dentro do Globoplay.
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