Allan Simon

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ReportagemEsporte

Super Mundial é só do DAZN, mas ainda pode ser comprado por TVs; entenda

O anúncio da Fifa sobre o acordo com o DAZN para a transmissão exclusiva global e gratuita de todas as 63 partidas do Super Mundial de Clubes de 2025 levantou dúvidas nos fãs de futebol a respeito da possibilidade de exibição do torneio em canais como TV Globo, SBT, Record e Band. Afinal de contas, o Brasil contará com quatro clubes entre os 32 participantes da competição, Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo, campeões da Libertadores de 2021 a 2024.

O acordo foi bastante celebrado pela Fifa, inclusive com o presidente Gianni Infantino dizendo que "bilhões de fãs de futebol poderão assistir ao que será o torneio de clubes mais acessível da história - e gratuitamente". Mas o DAZN é uma plataforma de streaming e requer uma conexão de internet de qualidade para ser visto. Por isso mesmo há um ponto no comunicado oficial que serve como alento a quem quer a competição na TV aberta tradicional no ano que vem.

"O acordo histórico garantirá que todos os 63 jogos do Mundial de Clubes da FIFA 2025, que contará com 32 dos melhores clubes do mundo, sejam transmitidos ao vivo e gratuitamente na DAZN globalmente, com a possibilidade de sublicenciamento para emissoras de TV aberta locais".

A parte final da frase mostra que o DAZN ainda pode negociar os direitos de transmissão do Super Mundial com canais como a Globo, o SBT, a Record, a Band, enfim, emissoras lineares de conteúdo distribuído gratuitamente.

Os valores do acordo entre Fifa e DAZN não foram divulgados publicamente, mas certamente envolvem um custo que a plataforma pagará à entidade não só pela transmissão exclusiva em termos globais, como também para a inclusão de conteúdos do FIFA+ na plataforma do DAZN. Por isso, a empresa poderá negociar com emissoras. Segundo a publicação 'The Athletic', o DAZN vai pagar algo próximo a 1 bilhão de dólares, pouco mais de R$ 6 bilhões no câmbio atual.

Além disso, em um país como o Brasil, que tem mais de 200 milhões de habitantes e nem todos com acesso a uma internet de qualidade, é fundamental contar com a TV aberta para aumentar os números de alcance da competição nos relatórios finais de audiência.

Resumindo: o DAZN tem nas mãos neste instante a exclusividade do Super Mundial, mas poderá revender esses direitos a um canal aberto brasileiro. O que não significa necessariamente a venda de toda a competição. Caberá aos vendedores a definição do modelo e formato de sublicenciamento.

A Globo, que compra diretamente da Fifa os direitos da Copa do Mundo, por exemplo, reduziu recentemente seu contrato e vai ter apenas metade da edição de 2026, que será realizada nos EUA, Canadá e México. Dos 104 jogos que o torneio terá em seu novo formato com 48 países, a emissora terá 52 para exibir em suas plataformas sem exclusividade. A LiveMode, agência que representa a Fifa no Brasil, pode vender todos os 104 jogos para outros veículos.

O modelo de sublicenciamento já existe há muitos anos no Brasil. A própria Globo comprava desde a Copa do Mundo de 2002 os direitos da Fifa com exclusividade e tinha a prerrogativa de revendê-los a outros canais, como fez com a Band em 2010 e 2014, com canais pagos como ESPN, BandSports e Fox Sports, mas agora não tem mais esse poder, já que compra sem exclusividade a competição.

Reportagem

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