Allan Simon

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Globo, SBT, Record e Band: quais os desafios delas no esporte em 2025?

O ano de 2025 está apenas começando no mundo do esporte na televisão, mas os desafios das quatro principais emissoras abertas do país estão bem claros no horizonte. Em uma temporada que ficará marcada por um novo modelo de transmissões no Brasileirão, mudanças de nomes nos microfones, e prováveis disputas por direitos, a coluna apresenta agora quais serão os temas que deverão nortear o ano de Globo, SBT, Record e Band.

Globo:

Após um período difícil de cortes de custos e perdas de direitos de transmissão, principalmente a partir da pandemia, terminando com o período de domínio absoluto que até hoje é chamado de "monopólio" pelos mais saudosistas, a Globo começou a se recuperar. Recentemente, colocou de volta o Campeonato Carioca em seu portfólio após cinco anos de ausência. Comprou a Copa do Nordeste para o Premiere, renovou os direitos do Campeonato Gaúcho, do Mineiro, tem o Cearense mais uma vez na grade, o contrato com a Copa do Brasil segue até 2026, mesmo ano até o qual a Libertadores também tem acordo garantido, e possui os direitos da Libra para o Brasileirão.

O primeiro e principal desafio pode ser concluído em breve: fechar um acordo com a LFU (Liga Forte União) e garantir um pacote amplo para as plataformas pagas (sportv e Premiere) no Campeonato Brasileiro. Só com a Libra, a Globo possui um pacote com os jogos de seus nove times como mandantes, o que inclui duelos de Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Santos, Grêmio, Atlético-MG, Bahia, Vitória e Red Bull Bragantino, em um total de 171 partidas.

Mas isso não é o suficiente nem para vender Premiere, que por anos teve os 380 jogos da competição, e nas últimas temporadas só não teve os 19 jogos do Athletico Paranaense como mandante. Se fechar com a LFU, deve alcançar a marca de 342 partidas, nove por rodada, para o Premiere, considerando que a Amazon já comprou um jogo exclusivo por rodada da Liga Forte.

A Globo ainda tem pela frente o desafio de fechar acordo para a transmissão do 'Super Mundial', como está sendo chamada por aqui a nova Copa do Mundo de Clubes da Fifa, que será realizada entre junho e julho e terá 32 participantes, quatro deles brasileiros (Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo). Como a entidade vendeu os direitos globais para o DAZN, a Globo precisa de um acordo de sublicenciamento dos direitos com essa plataforma.

Também fica para 2025 o mistério sobre o futuro da Fórmula 1. No ano passado, os rumores de que a categoria voltaria ao canal por onde esteve durante mais de quatro décadas se intensificaram, geraram até um "anúncio" disfarçado com o famoso carro acompanhado do "SERÁ?" no evento publicitário da Globo, mas não se confirmaram, com a Band mantendo o contrato que vai até o fim desta temporada.

Com a volta de um brasileiro fixo ao grid, Gabriel Bortoleto, o interesse do público deve aumentar, e a corrida pelos direitos da competição para 2026 vai agitar o ano.

SBT:

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Após perder a disputa com a Record pelos direitos de transmissão dos times da LFU no Brasileirão em TV aberta, e consequentemente ver o narrador Cleber Machado mudar de emissora para ser o principal nome dessas transmissões, o SBT começou 2025 com uma aposta diferente: Tiago Leifert como locutor principal dos jogos.

O canal também deixou de contar com Luiz Alano como segundo narrador. O portfólio esportivo segue baseado na Champions League e na Copa Sul-Americana. A emissora da família Abravanel não conseguiu comprar novos eventos nos últimos tempos. Para 2025, a boa notícia foi o fechamento de mais de 10 cotas comerciais no futebol, com marcas como Heineken, Renault, TIM, PagBank, Sanofi, Novibet, VBET, SportingBet e Bem Brasil.

Mas o desafio segue o mesmo: mostrar que o SBT ainda pode ter um projeto mais ousado e ambicioso de futebol, e não apenas se contentar com o que traz das oportunidades que surgiram durante o período de pandemia. A Record, que parecia muito mais lenta, hoje tem mais datas de jogos, tem o Paulistão e outros estaduais no começo do ano, e o Brasileirão (que poderia ter sido do SBT) de março a dezembro em 38 datas.

Record:

É o projeto mais aguardado do ano para quem acompanha mídia esportiva. Depois de transmitir o Carioca de 2021 e 2022, e o Paulistão desde 2022, mas simplesmente "sumindo" do radar do fã de futebol de abril em diante até o ano passado, a Record investiu alto na compra dos direitos de transmissão de TV aberta da LFU no Brasileirão, garantindo um pacote de 54 datas em todo o ano na soma de Paulistão com Campeonato Brasileiro.

Esse investimento também trouxe nomes importantes para uma equipe esportiva agora fixa, como o narrador Cleber Machado (ex-Globo e que estava no SBT), os comentaristas Maurício Noriega e Dodô (ambos ex-Globo), o analista de arbitragem Sálvio Spinola (outro ex-global e que já tinha passado pela Record durante o Paulistão 2024), a apresentadora Paloma Tocci (nome forte por anos na Band) e uma equipe de reportagens que conta com mais profissionais com passagens pela Globo, como Bruno Laurence e Alexandre Oliveira.

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O desafio é fazer isso tudo dar certo e mostrar que o investimento valeu a pena. A Record já vendeu cotas de publicidade para o Brasileirão, financeiramente o projeto não deve ter problemas, e o foco agora é acertar na qualidade do produto entregue ao torcedor e nas estratégias. Os jogos de domingo às 18h30 já se provaram um acerto, principalmente projetando um Brasileirão no qual a Globo terá os times da Libra e manterá sua tradicional faixa das 16h no mesmo dia.

Agora será preciso acertar nas quartas-feiras. No Paulistão, os jogos estão sendo exibidos às 21h35 enquanto a emissora rival não tem jogos em rede nacional durante os estaduais. Mas a ideia no Brasileirão é colocar um pouco mais cedo para não se chocar com a transmissão da Globo às 21h30. Pode até se falar em comprar mais eventos, mas a Record neste momento está bem servida de futebol até 21 de dezembro e deve ter como foco fazer essa máquina funcionar bem nesse tempo todo.

Band:

Das quatro, é a emissora com menor audiência no dia a dia, mas certamente com a maior tradição esportiva, afinal, quem não se lembra do slogan "O Canal do Esporte" surgindo ainda na época de Luciano do Valle? Os últimos anos foram repletos de novidades, mas também de momentos difíceis, como a novela toda envolvendo a possível saída da Fórmula 1 no ano passado, algo que não se concretizou.

No Carioca, após dois anos exibindo sozinha o torneio na TV aberta, a Band ganhou concorrência da Globo para o RJ e outros estados, mas continua sendo a única que transmite para todo o país nessa mídia. E mais: tem jogos exclusivos na primeira fase, sem precisar concorrer com a Globo na mesma partida.

No ano passado, a Band ganhou o reforço da Liga Europa, competição que era do SBT no ciclo anterior e que na prática tinha suas transmissões feitas pela TV Cultura, com o canal da família Abravanel mostrando apenas semifinais e final.

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O principal desafio vai ser manter a Fórmula 1. Gabriel Bortoleto colocará o Brasil de volta ao grid em um temporada que promete ainda ser muito difícil para o piloto brasileiro na fraca equipe Sauber. Mas, para 2026, a Band deverá enfrentar a concorrência da Globo e a expectativa de um ano melhor para Bortoleto diante da transformação da Sauber em projeto de fábrica da Audi, levando o nome da montadora alemã e tudo.

Além da F1, a Band também teria que manter a Série B do Brasileirão, mas esta competição vai "resetar" tudo com uma nova venda de direitos tocada pelas ligas, Libra e LFU. É importante ter essa competição no calendário, mesmo que não esteja rechada de grandes como esteve nos últimos anos.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

1 comentário

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Washington Negreziolo Teixeira

Desafio mesmo é para os torcedores, que para assistirem os jogos de seu time tem que assinar todos os streamings que existem. tem TNT, Premiere, STAR, etc. e quando vai assistir, está passando na UOL Play, que o assinante Uol não pode assistir. O mesmo time passa em um monte de canais pagos diferentes... por causa dessas malandragens que está crescendo tanto a pirataria... afinal, como disse um amigo meu, nesse país, andar direito é fazer papel de t_rouxa

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