PSG campeão da Copa da França com gol de Neymar. Divertido, mas com riscos
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A França fez escolhas extremas no início e agora no arrefecimento da pandemia. Primeiro encerrou a Ligue 1 já em março, o que se mostrou um tanto precipitado com o retorno seguro das principais ligas europeias. Agora retorna com amistosos para diminuir o impacto de uma inatividade de quase cinco meses e define as copas nacionais com jogos recebendo público que, aparentemente pelas imagens da TV, não respeita o distanciamento social.
Seja como for, o futebol no país bicampeão mundial segue a tendência antes da parada: domínio do Paris Saint-Germain. Mesmo com o sofrimento natural por conta da falta de ritmo de competição que torna tudo mais equilibrado em uma decisão. Bem diferente da facilidade encontrada pela equipe nos amistosos contra Le Havre, Waasland e Celtic - marcou 20 gols nas três partidas.
O Saint Étienne criou resistência pela entrega em uma decisão, mas também por entradas violentas, muito acima do tom atual. Em alguns momentos lembrou a carnificina de muitos jogos da Libertadores nos anos 1980. Principalmente de Perrin na falta violentíssima em Mbappé que tirou o francês do jogo e preocupa para a sequência da temporada. Rendeu o cartão vermelho para o zagueiro veterano, que deve ter se despedido do clube.
Com o camisa sete em campo ficou mais nítida a proposta de Thomas Tuchel na execução de um 4-2-2-2 que em vários ataques lembra o típico esquema brasileiro, dominante nos anos 1990. O quarteto ofensivo formado por Di María, Neymar, Mbappé e Icardi ganha liberdade para a troca de posições e também se procurar para tabelas. Permitindo momentos até lúdicos, quando o talento se reúne para desequilibrar.
Pela direita, Mbappé infiltrou para finalizar e, no rebote do goleiro Moulin, Neymar marcou o gol do título ainda no primeiro tempo. Com um a mais, a construção da goleada parecia natural.
A realidade, porém, foi de sofrimento. Por erros técnicos nos passes decisivos ou nas finalizações em contragolpes. Com Sarabia no lugar de Mbappé e ainda Verratti na vaga de Paredes, volante ao lado de Gueye na proteção de uma defesa montada para guardar mais posição na última linha que buscar o ataque com os laterais Kehrer, que saiu lesionado e deu lugar a Dagba, e Bakker. Fazendo companhia aos brasileiros Marquinhos e Thiago Silva à frente de Keylor Navas na meta.
Tudo para compensar a baixa intensidade sem bola dos quatro da frente, embora tentem colaborar, especialmente na pressão pós-perda no campo de ataque. Também os espaços entre os setores que o Saint Étienne tentou aproveitar, mas faltou qualidade para transformar o sufoco em empate que levaria para a prorrogação.
No apito final, uma tímida comemoração. Pela preocupação com Mbappé, mas também por conta das deficiências no trabalho coletivo. Problemas para a decisão da Copa da Liga contra o Lyon e, principalmente, para o duelo com a Atalanta pelas quartas da Liga dos Campeões.
O time de Neymar, craque da final, joga solto, é divertido. Mas também corre riscos que podem colocar o time no fio da navalha.
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