Internacional líder é de Galhardo, mas também da intensidade na dose certa
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O Botafogo pode e deve protestar muito contra o VAR pela anulação do gol de Bruno Nazário. De fato, foi uma interferência excessiva da análise por vídeo que interpretou como falta a disputa entre Mateus Babi e Patrick. Mas a indignação não justifica danificar o equipamento, como fez o goleiro Gatito Fernández.
Focar na arbitragem, porém, seria desviar demais o foco e tirar os méritos do Internacional, líder do Brasileiro com 15 pontos em seis partidas e que construiu a vitória por 2 a 0 no Estádio Nílton Santos em um primeiro tempo de bom nível.
Com Thiago Galhardo novamente escalado no ataque. Não como "falso nove", mas um jogador de movimentação intensa na frente. Dinâmica que não mudou muito em relação à parceria com Paolo Guerrero. Abrindo espaços, mas também aparecendo na área para concluir. Completando cruzamento da esquerda de Moisés e marcando o quarto gol do artilheiro da competição até aqui.
Ainda servindo Boschilia no segundo gol, consolidando um primeiro tempo de domínio, com 54% de posse - chegou a mais de 70% nos primeiros trinta minutos - e seis finalizações contra três, dois a um no alvo. 89% de precisão nos passes que garantiu volume de jogo para se impor, mesmo como visitante.
No 4-1-3-2 habitual de Eduardo Coudet, a reposição do lesionado centroavante peruano foi D'Alessandro, que ganha liberdade para circular e qualificar a posse que também ganhou passe certo de trás com Rodrigo Lindoso no lugar de Musto e a mudança na zaga: Zé Gabriel ganhou a vaga de Rodrigo Moledo, depois da saída de Bruno Fuchs para o CSKA.
O argentino Renzo Saravia melhorou a produção ofensiva pela direita fazendo dupla com Boschilia e Patrick voltou bem à equipe no lado oposto. Edenilson garante força física e volume de jogo no trabalho entre as intermediárias por dentro. Agressividade na frente que ganha mais uma opção com a chegada do uruguaio Abel Hernández.
Mas o Internacional cresce também por colocar intensidade na dose certa. Sem a urgência do início do trabalho que queimou etapas com o intuito de ser competitivo contra Universidad de Chile e Tolima para entrar na fase de grupos da Libertadores, nem a tensão e a eletricidade que muitas vezes se confundiu com truculência nos clássicos sem vitória contra o Grêmio.
Coudet parece um treinador moldado para os pontos corridos. Assim conquistou o título argentino pelo Racing e ganhou visibilidade no cenário sul-americano. Agora o Inter parece sólido para cruzar uma temporada desgastante física e emocionalmente, com resiliência e fé no modelo de jogo dentro do provável perde-ganha no Brasileiro.
A semana livre para a preparação certamente ajudou no início elétrico e contundente, construindo o placar em 30 minutos. Aproveitando a desconcentração alvinegra e o posicionamento de Rafael Forster como volante depois do bom desempenho defensivo no clássico contra o Flamengo formando uma linha de cinco atrás. Talvez Paulo Autuori maginasse que, em casa, seu time atacaria mais.
Mas o Internacional de Coudet e Galhardo busca protagonismo dentro e fora de casa. Por isso larga na frente e deve ser competitivo até o fim do campeonato.
(Estatísticas: SofaScore)
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