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André Rocha

Recital de Everton Ribeiro no espetáculo do Flamengo em Pituaçu

Willian Arão e demais jogadores do Flamengo comemoram gol contra o Bahia, em jogo do Brasileirão 2020 - Alexandre Vidal / Flamengo
Willian Arão e demais jogadores do Flamengo comemoram gol contra o Bahia, em jogo do Brasileirão 2020 Imagem: Alexandre Vidal / Flamengo

Colunista do UOL Esporte

02/09/2020 22h47

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Antes do primeiro minuto de jogo em Pituaçu, Everton Ribeiro perdeu chance clara na primeira jogada bem construída do Flamengo. Também o primeiro vacilo defensivo do Bahia.

Mas depois o camisa sete rubro-negro acertou praticamente tudo nos 5 a 3 e melhor atuação da equipe sob o comando de Domènec Torrent. No início com as "digitais" de Jorge Jesus: muita pressão no campo de ataque, definição rápida das ações ofensivas, movimentação e o desenho tático em vários momentos no 4-1-3-2.

Com Everton Ribeiro de volta à função de ponta articulador pela direita e Arrascaeta mais adiantado com Pedro, destaque nos dois primeiros gols ao substituir Gabigol, que ficou no Rio de Janeiro junto com Bruno Henrique, lesionado e suspenso, Gerson e Diego Alves. Dome ainda poupou Filipe Luís, que jogou os 90 minutos nas seis partidas anteriores.

Diante de um Bahia frouxo e desatento sem bola, cedendo muitos espaços entre defesa e meio-campo e cometendo erros primários, como o do goleiro Anderson, substituto de Douglas, no primeiro gol. Mas ainda com alguma fluência na frente através do quarteto Rossi, Rodriguinho, Elber e Gilberto. Assim diminuiu para 2 a 1 com Rodriguinho e parecia voltar ao jogo.

Mas Everton Ribeiro entrou em ação com um passe genial para Isla, com timing perfeito na ultrapassagem e assistência para De Arrascaeta na mais bela jogada coletiva do jogo. Parecia a senha para uma goleada. Mas o jovem goleiro Gabriel Batista - substituto de César, que testou positivo para Covid-19 - falhou na saída do gol e Elber aproveitou. Fechando os primeiros 45 minutos divertidos e com belos lances.

Na volta do intervalo, mais desconcentração do Bahia e novo toque genial de Everton Ribeiro. Domínio e chute espetaculares. Com o Bahia ainda zonzo, a rápida transição ofensiva passou por Arrascaeta chegando a Pedro Rocha e voltando para o uruguaio fazer o quinto gol.

Com as muitas substituições, o ritmo de treino, algumas firulas desnecessárias, como uma cavadinha de Pedro à frente do goleiro. E o Bahia jogando limpo e tentando até o final, mesmo com todos os problemas. Nos minutos finais, o gol de Daniel fechando os 5 a 3. Confirmando a instabilidade do Fla ao longo das partidas dentro do processo de mudança na ideia de jogo.

Placar "à moda antiga", mas um Flamengo que sinaliza recuperação e aponta para o futuro aproveitando o elenco mais forte do país. Com mais critério, porém, para abrir mão do talento de Everton Ribeiro, que promoveu um verdadeiro recital em Salvador. Gol, dois passes decisivos, 80% de acerto nos passes, três dribles com sucesso em seis.

Uma "velha" solução no time mutante que se aproxima do pelotão da frente no Brasileiro.

(Estatísticas: SofaScore)