Só velha identidade e Otero "Neto" podem salvar a temporada do Corinthians
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Tiago Nunes caiu porque nada caminhou bem desde o início da trajetória do treinador campeão da Sul-Americana e da Copa do Brasil pelo Athletico-PR. A começar pela longa demora para assumir o trabalho no Corinthians.
Ainda mais para quem tinha a missão de transformar a identidade do time, com início de mais jogos que treinos com Flórida Cup e etapas eliminatórias antes da fase de grupos da Libertadores. O foco no torneio continental e a necessidade de ser competitivo já em fevereiro dificultou a evolução com os jogos no Paulista e a eliminação abalou a confiança.
Na volta do futebol durante a pandemia, o resultadismo primeiro garantiu sobrevida no estadual e depois conduziu à final, perdida nos pênaltis para o Palmeiras, depois de jogos de nível baixíssimo e um gol "achado" em pênalti sofrido e convertido por Jô. O resultado prático foi que o Corinthians não entregou desempenho, nem resultado.
Mesma toada no início do Brasileiro e outra derrota para o maior rival foi a pá de cal. Mesmo sem culpa pela escolha mais que infeliz de Fagner ao colocar a mão na bola em chute que iria para fora de Lucas Lima. Pênalti, expulsão e chance zero de reação na derrota por 2 a 0.
Mas Tiago não foi vítima. O trabalho foi decepcionante, também porque o treinador sabia das dificuldades do clube, financeiras e de gestão. Cabia a ele encontrar soluções, como fez no Athletico na sucessão de Fernando Diniz. Sim, a repercussão e a pressão são muito maiores, porém era a oportunidade do técnico dar o salto na carreira.
O espólio é um cenário complexo, apesar da boa notícia da resolução dos naming rights da agora Neo Quimica Arena, em Itaquera. Há problemas que parecem insolúveis, como o rendimento de Luan e ponteiros que façam a bola chegar mais vezes a Jô.
Com Coelho efetivado ou outro treinador, a solução para salvar a temporada, sem o risco de Z-4 que entra no horizonte com a derrota por 2 a 1 para o Fluminense no Maracanã, parece ser justamente um retorno à "identidade Corinthians". Baseada em organização e solidez defensiva. Linhas mais compactas, pressão no adversário com a bola assim que entra na intermediária corintiana e setores bem coordenados.
Na fase ofensiva, mais simplicidade, ao menos no início do processo, com noção das limitações e da falta de confiança para buscar algo mais sofisticado. Neste contexto, a aposta em um repertório de bolas paradas pode gerar pontos importantes. É aí que entra Otero, o meia de chute forte e com efeito.
Tanto Tiago na reta final quanto Coelho já tiveram a sacada de colocar o venezuelano mais liberado como meia central num 4-2-3-1. "Descansando" sem bola para ter pernas para cruzar ou finalizar. Uma espécie de "Neto" em 2020. Há 30 anos, o ídolo eterno se poupava em campo para definir aproveitando suas melhores características. Agora o futebol é outro, mas no sufoco pode encontrar uma saída semelhante.
Tudo muito incerto. A única certeza é que o Corinthians tem que baixar as expectativas para sofrer menos e salvar a temporada.
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