Mais do mesmo no Grenal. Mas agora o prejuízo do Inter é ainda maior
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É impressionante como o Internacional tem saído do prumo quando enfrenta o seu maior rival.
Eduardo Coudet faz escolhas mais que questionáveis, como Matheus Jussa para substituir o suspenso Moisés e o vetado Uendel na lateral esquerda. Um jogador profissional que merece respeito, mas tem suas limitações na função original de meio-campista. Imagine improvisado e enfrentando no setor a rapidez e a intensidade de Orejuela e Alisson.
Do lado oposto, o Colorado tinha Saravia e Marcos Guilherme, ambos pilhados demais e se equivocando também nas decisões. O mais lúcido da equipe, talvez pela confiança no topo por conta da melhor fase da carreira, foi Thiago Galhardo, o atacante com Abel Hernández no habitual 4-1-3-2. Foi numa cabeçada do artilheiro do Brasileiro a melhor chance, com boa defesa de Vanderlei.
A ausência de Edenilson, também suspenso, reuniu Musto e Lindoso à frente da defesa, mas com o brasileiro um pouco mais adiantado - embora em vários momentos trocasse com o argentino para auxiliar os zagueiros Zé Gabriel e Victor Cuesta na saída de bola.
O clássico, porém, revelou pela primeira vez em 2020 um Internacional mais com medo de perder o quarto clássico em cinco na temporada do que a afobação para tentar vencer dos duelos anteriores. Estava evidente que os jogadores e, principalmente, o treinador não queriam ficar marcados, mesmo com campanha relativamente boa no Brasileiro e ainda mantendo a liderança do Grupo E, no saldo de gols.
O Grêmio, experiente e com trabalho consolidado, fez a leitura da hesitação do rival e foi mais agressivo do que vem sendo nas últimas partidas, mesmo na Libertadores. Intenso na pressão no campo de ataque e na circulação da bola. No 4-3-3 que vem se tornando padrão quando Jean Pyerre não está em campo. Com Lucas Silva mais à frente da defesa, Darlan e Matheus Henrique mais adiantados.
Pepê e Bruno Cortez também construíram algumas boas jogadas pela esquerda contra Saravia, mas o ponteiro também pecava por uma certa afobação. Só que os quatro anos de Renato Gaúcho e um modelo de jogo assimilado facilitam na tensão do clássico, o jogo de "memória" aparece em momentos cruciais.
E quando Cortez acionou Pepê, a jogada era "cantada", mas difícil de marcar. Era com Everton Cebolinha, é agora com o seu herdeiro que marcou o primeiro gol da história do Grenal em Libertadores. Corte para dentro, chute no canto esquerdo de Marcelo Lomba.
A única finalização no alvo do Grêmio no Beira-Rio das dez tentativas, contra 12 do Inter, que teve 58% de posse. Não falta vontade de vencer ao time de Coudet, a carência é de calma para decidir melhor, seja a escalação ou se vai passar ou finalizar. O clássico virou um "porém" difícil de reverter na atmosfera muito particular de Porto Alegre.
Só que o prejuízo do derrotado é ainda maior desta vez. Embora siga como líder, o Colorado vê o Grêmio igualar a pontuação, com sete. Mas Universidad Católica e América de Cali se aproximam, com quatro. E a decisão nas últimas duas rodadas será em casa para o tricolor e como visitante para o Inter, que pode chegar à última rodada dependendo do rival. No pior cenário, restará o consolo da Sul-Americana.
A esperança, certamente não confessa, do torcedor colorado é que os adversários não vestirão azul, preto e branco. Agora são dez jogos sem vencer, seis sem marcar um único gol. Sim, é freguesia que chama. Só ganhou outro capítulo, Mais do mesmo.
(Estatisticas: SofaScore)
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