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André Rocha

Fluminense "herda" do Vasco o posto de surpresa carioca no G-6

Nenê, do Fluminense, contra o Bahia pelo Brasileiro - Jorge Rodrigues/AGIF
Nenê, do Fluminense, contra o Bahia pelo Brasileiro Imagem: Jorge Rodrigues/AGIF

Colunista do UOL Esporte

12/10/2020 09h06

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O Fluminense de Odair Hellmann vem enfrentando uma série de problemas no Brasileiro: lesões, Covid-19, a saída de Evanilson e até a complicada renovação de contrato de Dodi; Sem contar a traumática eliminação da Copa do Brasil para o Atlético-GO.

Mas vai sobrevivendo no Brasileiro com capacidade de competir em todos os jogos e se impondo diante de adversários mais fracos. Nas últimas quatro rodadas, vitórias sobre Coritiba, Goiás e Bahia, além do empate por 1 a 1 no clássico com o Botafogo.

Dez pontos em doze que alçou o time à quinta colocação, ultrapassando o Palmeiras e abrindo seis pontos sobre o Vasco, que começou bem e chegou a ser líder com um jogo a menos na quarta rodada. Parecia que ocuparia o posto de surpresa carioca entre os três grandes que sofrem com problemas crônicos de gestão, incluindo, logicamente, o aspecto financeiro.

Mas já no triunfo sobre o próprio time cruzmaltino na sexta rodada por 2 a 1, acabando com a invencibilidade da equipe de Ramon Menezes, já ficou claro que o trabalho mais longo e consolidado de Hellmann tinha mais condições de render desempenho e resultados. Acabou "herdando" a vaga do rival.

Mas não foi fácil. O baque da saída de Evanilson foi muito grande e o Fluminense se perdeu sem o centroavante que dava profundidade aos ataques. Fred entrou e a mudança de características na frente demandou um tempo de adaptação dos companheiros.

O time ficou mais lento na transição ofensiva e ainda mais dependente de Nenê, que segue dando boas respostas, mesmo aos 39 anos. No triunfo sobre o Bahia por 1 a 0 no Maracanã, não só definiu a vitória em cobrança de pênalti, assinalado com auxílio do VAR, como foi novamente a liderança técnica.

Com liberdade na variação de 4-3-1-2 para 4-1-4-1, quando Nenê deixa de ser o "enganche" e procura o lado do campo. Com Evanilson e Marcos Paulo ou Wellington Silva era o direito, agora é o oposto. O peruano Fernando Pacheco ocupa a outra ponta.

No meio, Dodi ficou mais centralizado e Hudson e Yago Felipe chamaram atenção pelo posicionamento: bem abertos, para buscar parcerias pelos flancos com Igor Julião e Pacheco pela direita e Nenê e Danilo Barcelos à esquerda.

Uma equipe cuidadosa para negar ao Bahia de Mano Menezes o contragolpe esperado. O time trocou passes com calma e criou boa oportunidade no primeiro tempo, com o pivô de Fred para o chute colocado de Nenê que Douglas Friedrich espalmou.

Finalizou menos que o Bahia - oito contra doze, porém duas no alvo contra apenas uma do adversário. Acabou também com menos posse de bola (49%) pela pressão dos visitantes nos últimos 20 minutos em busca do empate.

Três pontos fundamentais, até porque a missão de se manter no G-6 será complicada pela ascensão do Santos e a provável recuperação do Palmeiras. Mas o foco apenas no Brasileiro pode ajudar muito. Até para preservar Nenê, que parece inesgotável: já são 19 gols na temporada, sete no Brasileiro.

Com o talento de seu "dez" que veste a camisa 77 e o trabalho de Hellmann se adaptando às dificuldades, o Fluminense é mais sólido que Vasco e até o redivivo Botafogo nesta disputa pelo posto de "melhor do Rio", sem contar o poderoso Flamengo.

Não é pouco e o tricolor já deu provas de que pode manter o rendimento e, no pior cenário, sustentar ao menos uma posição na primeira página da tabela. Diante de tantos obstáculos é uma meta plausível.

(Estatísticas: SofaScore)

Errata: este conteúdo foi atualizado
Ao contrário do que informado anteriormente, o Fluminense venceu o Vasco por 2 a 1 e não 1 a 0. O erro foi corrigido.